Anda à procura do que visitar em Olhão, o que fazer e onde ficar – ou apenas a tentar descobrir se é um lugar que gostaria de conhecer em Portugal? Então este guia é para si.

Situada no distrito de Faro, Olhão tornou-se uma das nossas cidades preferidas em Portugal, porque preserva o ambiente do Algarve tradicional e quilómetros de praia deserta, mesmo no verão.

Apesar de já termos ido ao Algarve inúmeras vezes, só tínhamos estado em Olhão de passagem e, confessamos, não ficámos com grande impressão da cidade. A verdade é que, de carro, o melhor nos escapa: seja o bairro de pescadores onde os automóveis praticamente não cabem; seja a principal rua de comércio, inteiramente pedonal: seja o interior do mercado do peixe, um dos mais impressionantes do nosso país; seja a vista aérea sobre as açoteias algarvias, a fazer lembrar Marrocos; já para não falar das praias nas ilhas da Armona e da Culatra, aonde só se chega de barco.

Neste artigo, vai poder encontrar tudo o que descobrimos na semana que passámos em Olhão, nomeadamente: o que mais gostámos de ver e fazer na cidade; todas as praias de Olhão, os nossos restaurantes preferidos e o que visitar nas proximidades.

Índice:

vista aérea

Olhão: o que visitar, ver e fazer

Mercado de Olhão

Se não tiver tempo para mais nada, pelo menos entre no ambiente colorido do Mercado Municipal de Olhão. Na verdade, são dois grandes edifícios de tijolos vermelhos: num vende-se o peixe e o marisco acabados de sair do mar; no outro, as hortaliças e a fruta vindas do interior algarvio.

Réplica do Caíque “Bom Sucesso” 

Por trás do mercado e junto ao cais, está uma réplica do barco que, em 1808, partiu para o Brasil para anunciar ao Príncipe Regente D. João que as tropas francesas tinham sido expulsas do Algarve. Nele seguiam dezassete olhanenses que, sem instrumentos de navegação e apenas com uma mapa náutico rudimentar, conseguiram chegar ao Rio de Janeiro em dois meses e meio.

Graças ao seu feito heróico, a sua terra-natal recebeu o honroso título de “Vila de Olhão da Restauração”, ou seja, obteve permissão para constituir um concelho e ter câmara municipal.

Bairro da Barreta

Esqueça os mapas. Uma das coisas que mais gostámos de fazer em Olhão foi calcorrear livremente o bairro dos pescadores, situado entre a Ria Formosa e a Igreja Matriz. São ruelas e mais ruelas labirínticas, onde ainda se mantém o encanto das pequenas casas brancas decoradas com motivos geométricos, o pitoresco dos grelhadores e das cadeiras à entrada das mesmas, a autenticidade de nos cruzarmos com pessoas que habitam o lugar e lhe dão vida.

Lendas de Olhão

Enquanto percorre o Bairro da Barreta, é natural que descubra umas estátuas. No total, são cinco, espalhadas por cinco praças. Fazem parte do “Circuito das Lendas de Olhão” e representam figuras que povoam o imaginário dos olhanenses. Junto a cada uma, está uma placa com a respetiva lenda.

Arte urbana

As memórias de outros tempos também estão espalhadas pelas paredes de antigas fábricas, na Rua da Fábrica Velha e imediações. A arte urbana foi uma forma da Câmara Municipal qualificar uma zona até aí degradada e, para nós, uma bela oportunidade para conhecermos o passado de Olhão, ligado à pesca e à indústria conserveira.

Rua do Comércio

É a principal rua do comércio e, sem dúvida, uma das mais bonitas da cidade, graças à calçada portuguesa sob os nossos pés e às redes de pescadores sobre as cabeças.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário

Esta igreja barroca do século XVII, situada mesmo no coração de Olhão, esconde uma surpresa. Para a descobrir, terá de subir à torre da igreja. O encanto oculto da cidade revelar-se-á, então, a toda a sua volta, nas inúmeras casas que, em vez de telhados, têm os clássicos terraços de inspiração árabe, mais conhecidos como açoteias, onde antigamente se secava o peixe e a fruta. 

É um cenário único que se assemelha a uma vastidão de cubos ora juntos ora sobrepostos em perspectivas múltiplas, a fazer lembrar as medinas marroquinas. Nesse momento, entenderá porque é que Olhão ficou conhecida como “vila cubista”.

Museu Municipal de Olhão (Edifício do Compromisso Marítimo)

À frente da Igreja Matriz, no edifício do antigo Compromisso Marítimo, fica hoje o Museu Municipal.

Por esta altura, já terá percebido que a cidade de Olhão está intimamente ligada aos homens do mar, que chegaram a ser praticamente todos os seus habitantes. Pois bem, o Compromisso Marítimo era uma confraria (fundada em 1765) que defendia e protegia os pescadores. Estes contribuíam com uma parte do seu rendimento e, em contrapartida, tinham direito a cuidados médicos e a medicamentos. 

Está tudo explicado neste museu gratuito cujo acervo nos dá a conhecer Olhão e o seu património material e imaterial. (Consultar horários)

A não perder: a Sala dos Despachos, a mais emblemática de todo o edifício, onde tinham lugar as reuniões do Compromisso Marítimo.

Capela do Senhor dos Aflitos 

Nas traseiras da Igreja Matriz, esta capela barroca transformou-se num local de culto para muitas pessoas e, como tal, também é um local de visita obrigatório.

Avenida da República

A capela fica virada para a ampla e movimentada Avenida da República, símbolo do urbanismo do princípio do século XX. Juntamente com as ruas que a ladeiam, esta artéria mostra a cidade dos industriais e mareantes que enriqueceram graças às conservas e ao comércio.

No nº14, não deixe de espreitar a Associação Re-Criativa República 14, onde há sempre coisas a acontecer, seja exposições, seja cinema e concertos ao ar livre.

Salinas de Olhão

À saída da cidade, poderá visitar um complexo de salinas onde se produz sal marinho de elevada qualidade e, ao mesmo tempo, observar as inúmeras aves aquáticas que aí encontram refúgio.

Quinta de Marim

Já fora da cidade, também vale a pena conhecer este espaço onde funciona o Centro de Informação do Parque Natural da Ria Formosa. Há um chalet, um moinho de maré, um percurso pedestre e um centro de recuperação de aves para explorar.

Cais de Olhão

Uma visita à cidade deve terminar no longo cais, refrescado por jardins e esplanadas, a contemplar o sol a pôr-se na Ria Formosa.

Praias de Olhão

O concelho de Olhão possui 5 praias, situadas em pleno coração do Parque Natural da Ria Formosa, nomeadamente:

  • Armona Ria
  • Armona Mar
  • Fuseta Mar
  • Fuseta Ria
  • Praia dos Cavacos

As 3 primeiras praias ficam na Ilha da Armona (veja como ir e os horários dos barcos). 

A Praia da Fuseta Ria, também conhecida como Praia dos Tesos, fica na vila da Fuseta (a 11 km da cidade de Olhão) e está voltada para um braço da ria.

A Praia dos Cavacos fica na aldeia de Marim (a 6 km de Olhão) e também é uma praia de ria, encontrando-se rodeada por salinas.

A cidade de Olhão tem ainda ligação fluvial à Ilha da Culatra (onde se situam as praias da Culatra, dos Hangares e da Ilha do Farol), apesar da Ilha da Culatra pertencer administrativamente ao concelho de Faro.

Mapa de Olhão: praias e lugares a visitar

Clique no botão “play” para visualizar o mapa.

Onde (gostámos de) dormir em Ollhão

Apartamentos Sol & Ria | No verão de 2020, ficámos uma semana inteira num destes apartamentos em Olhão, e só temos coisas boas a dizer. A D. Helga é uma simpatia (infelizmente tivemos de cancelar a primeira noite e ela deixou-nos ficar mais uma no final). O edifício é limpo regularmente e os apartamentos são novos e estão muito bem decorados. A vista do terraço sobre a ria é fabulosa. 

Por último, a localização é perfeita: os apartamentos ficam a dois passos do mercado, da Rua do Comércio e do ferry que conduz às ilhas da Ria Formosa. 

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Onde (gostámos de) comer em Olhão

Olhão é um deleite gastronómico para quem gosta de peixe e marisco ou não estivessemos nós numa terra de pescadores. 

De todos os restaurantes aonde fomos, estes foram os nossos preferidos:

Restaurante Mósse

Foi o restaurante de que gostámos mais, não só pela decoração onde se destaca um espetacular teto trabalhado pelo mesmo senhor que fez os do Palácio Real da Arábia Saudita, mas também pela comida que honra a típica gastronomia algarvia. Recomendamos a barriga de atum e o xerém. 

Como nos explicou o simpático funcionário do restaurante, estas papas de farinha de milho eram dadas frequentemente às crianças algarvias no inverno, quando havia pouco peixe. A maioria detestava-as e ainda se lembra dos pais a dizer: “Ou comes ou comes”. 

Figo de Pita – Brunch & Bowls

Para não comer peixe a todas as refeições, este restaurante é uma excelente alternativa. A decoração é moderna e descontraída, a combinar com a aposta em comida saudável, sumos naturais e pratos do dia. O caril de frango com grão e espinafres estava muito bom, mas também há hambúrgueres e “bowls”. 

Petiscaria – Casa de Pasto

Foi o nosso restaurante preferido para petiscar, por isso voltámos várias vezes. Recomendamos o “carpaccio” de espadarte – fresquíssimo!

O que visitar perto de Olhão

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2 Comentários

  1. Fez com que eu quisesse visitar Olhão !
    Muito bom conteúdo !

  2. Fantástico depoimento e muito util…vamos conhecer melhor _

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