Abaixo do Douro, o segundo maior rio de Portugal, ficam as serras do Montemuro, da Arada e da Freita. São as Montanhas Mágicas, um território cativante para os amantes da natureza. Uns preferirão as serras floridas da primavera, outros os tons dourados do outono, mas nós estamos no início do inverno e as gentes da terra convidaram-nos para conhecer os seus principais encantos durante um fim-de-semana.
De manhã, o termómetro marca 3ºC. O nevoeiro cobre a paisagem, iluminada por raios de sol. Fumegam: os riachos, a água nos tanques de pedra e os campos com geada. Quando falamos, sai fuminho das nossas bocas. Sopramos um em direção ao outro e rimo-nos juntos. Abrindo bem os olhos, descobrimos maravilhas que não existem no nosso dia-a-dia nem na cidade onde vivemos.
“Bem-vindos ao mundo da nuvem” – diz-nos o biólogo Paulo Pereira ao aproximarmo-nos dos Passadiços do Paiva, a principal atração da região, nessa manhã envolvidos pelo nevoeiro. Mas há mais para ver nas redondezas, incluindo alguns lugares que ainda não conhecíamos.
Eis as coisas imperdíveis nas Montanhas Mágicas que quem lá mora nos quis mostrar.
O que ver e fazer nas Montanhas Mágicas:
- Passadiços do Paiva, o percurso pedestre mais famoso do nosso país;
- Pedras Parideiras, um fenómeno geológico raro;
- Frecha da Mizarela, a cascata mais alta de Portugal continental;
- Gralheira, a aldeia mais alta da serra do Montemuro e uma das mais altas de Portugal. A gastronomia de montanha é um dos seus principais atrativos;
- Aldeia de Bustelo da Laje, onde existe uma grandiosa eira formada por uma única laje de granito;
- Centro de Interpretação Ambiental do Vale do Bestança, um espaço destinado à valorização do rio Bestança, um dos mais puros da Europa;
- Cascata da Ribeira do Sampaio, à qual se chega através de um curto e belo percurso pedestre;
- Passeio de barco e paragem na Ilha dos Amores, na confluência do rio Paiva com o Douro, muito querida pelos habitantes de Castelo de Paiva;
- Prova de vinhos verdes locais, na Casa de Payva, em Castelo de Paiva.
Um fim-de-semana não dá para conhecer tudo, ainda mais no inverno, porque os dias são curtos. Foi, todavia, um bom ponto de partida, já que ficámos com vontade de voltar em breve, especialmente para explorar a pé a Mata do Bugalhão, na Serra do Montemuro, cheia de carvalhos e flores raras do bosque, assim como as margens do rio Bestança, onde há vários trilhos sinalizados.
Guia prático para visitar as Montanhas Mágicas
O bom de viajar no inverno é poder conjugar passeios com estadias aconchegantes e com refeições prolongadas, a comer pratos tradicionais reconfortantes, em boa companhia.
Onde comemos
- Restaurante Parlamento, em Arouca, com carne arouquesa no seu melhor;
- Recanto dos Carvalhos, na aldeia da Gralheira. Destaque para o cozido à portuguesa, a vitela assada e o pão cozido em forno a lenha;
- Restaurante D. Amélia, perto de Castelo de Paiva. Comemos polvo tão tenro e saboroso que até uns amigos galegos, orgulhosos do seu “polvo à galega”, elogiaram; vitela assada no forno e “o melhor pão-de-ló do Universo” (mesmo!).
Onde dormimos
- Quinta de Novais, perto de Arouca, uma quinta do séc. XVIII com todas as comodidades modernas, piscina exterior e um jardim com vista para a serra;
- Hotel Douro Porto Antigo, em Cinfães, situado num edifício histórico com uma localização fantástica junto ao rio Douro.
Este passeio foi realizado a convite da ADRIMAG, entidade promotora do território e da marca turística Montanhas Mágicas® , em parceria com o Turismo do Porto e Norte de Portugal, nos dias 16 e 17 de dezembro de 2017. Este território abrange 7 municípios, mas a visita realizou-se apenas nos que estão localizados na Região Norte, nomeadamente: Arouca, Vale de Cambra, Cinfães e Castelo de Paiva.
Mochila: Kraxe Wien
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Conheci estás montanhas mágicas aquando uma prova de bicicleta. Bastante dura mas com uma paisagem de cortar a respiração. A infinita subida ao alto de S. Pedro no topo da Serra De Montemuro é deslumbrante. Cada aldeia por onde se passa, cada estrada… Um local a visitar com mais tempo. Um fim de semana não basta.
Recomendo Casa Rural da Costeira para dormir. O pequeno almoço é servido pela dona da casa com vista para o rio Bestança, acompanhado por histórias, lendas, e roteiro turístico. Uma delícia de viagem
Fantásticas fotos! De cortarem a respiração, mesmo. Fazem crer que estamos no mundo de Tolkien! É preciso arte para saber contar uma história só através da imagem. Parabéns pelo vosso fantástico blog!
Obrigado pelas simpáticas palavras Ana 🙂
Parabéns! Descobri hoje o vosso blogue e fiquei encantada com as imagens e com as palavras e acima de tudo com a sensação de respeito pelo mundo, pela natureza e pelas pessoas… de forma tão genuína! Que delícia!
Tudo de bom e continuem! 🙂
Ana Rita Santos
Obrigado pelas simpáticas palavras Ana. Ficamos felizes por esse respeito transparecer nos nossos artigos.
Ana, esse comentário também é uma delícia. Obrigada!