Neste artigo, partilhamos o nosso roteiro de 8 dias na região da Campânia, no sul de itália, nomeadamente na Costa Amalfitana, Capri, Nápoles e Pompeia, para o ajudar a planear a sua própria viagem, de acordo com os seus interesses e tempo disponível.
A Campânia é a região italiana com maior densidade populacional e compreende três locais classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, nomeadamente: a Costa Amalfitana, o centro histórico de Nápoles e Pompeia. Como é óbvio, incluímos todos no nosso roteiro, juntamente com Capri, uma das ilhas mais famosas do mundo – além, claro, de pizzas, ragu, “espressos” e “gelatos”!
Informações rápidas sobre a região da Campânia
Onde fica a Campânia: no sul de Itália (Google Maps)
População da Campânia: 5,8 milhões de habitantes
Capital da Campânia: Nápoles
Principais atrações turísticas da Campânia: Nápoles, Costa Amalfitana, Capri e Pompeia.
Quando visitar a Campânia: idealmente em Maio, na primeira quinzena de junho ou na segunda quinzena de setembro, porque normalmente está bom tempo e evitam-se as multidões, sobretudo na Costa Amalfitana e em Capri.
Quanto tempo ficar na Campânia: 8 dias são suficientes para visitar as principais atrações da região.
Como chegar à Campânia
- Voos diretos: Lisboa – Nápoles (TAP e Ryanair);
- Se viajar do Porto, terá de fazer um voo com escala para Nápoles.
Como se deslocar na Campânia
Na nossa opinião, não é preciso alugar carro para conhecer a Campânia. Primeiro, porque o trânsito é geralmente muito intenso e é difícil encontrar estacionamento. Segundo, porque a região conta com um bom sistema de transportes públicos.
Uma vez que nós visitámos primeiro a região da Puglia, também no sul de Itália, decidimos alugar um carro, para ficar com maior liberdade e otimizar o tempo. Só em Nápoles, nos últimos dias da viagem, é que optámos por abdicar do automóvel, por não ser preciso para conhecer a cidade.
O que visitar na Campânia (a nossa experiência)
Dia 1: Costa Amalfitana e Sorrento (dormida em Sorrento)
Dia 2: Costa Amalfitana (dormida em Sorrento)
Dia 3: Capri (dormida em Sorrento)
Dia 4: Pompeia (dormida em Pompeia ou Nápoles)
Dias 5, 6 e 7: Nápoles (dormida em Nápoles)
Dia 8: Nápoles e voo de regresso
Mapa da Campânia
Clique no botão “play” para visualizar o mapa com os principais pontos turísticos na Campânia.
Roteiro: Costa Amalfitana, Capri, Nápoles e Pompeia (de carro)
Dia 1: Costa Amalfitana e Sorrento
Costa Amalfitana
A Costa Amalfitana é uma faixa costeira ao longo do mar Tirreno, com cerca de 40 km de extensão, atravessada pela “Strada Statale 163” ou Estrada Amalfitana.
Classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, a Costa Amalfitana é composta por 16 localidades. Neste primeiro dia de viagem, o nosso objetivo era conhecer as três (consideradas) mais bonitas, nomeadamente Ravello, Amalfi e Positano. Contudo, apesar de termos viajado em Março (época baixa), fomos num domingo e só conseguimos visitar Ravello, porque os parques de estacionamento nas outras duas povoações estavam cheios e não havia onde parar o carro.
Além disso, o trânsito na Estrada Amalfitana era tanto (imaginem carros, motas, autocarros, bicicletas e pessoas, todos a circular por uma via junto ao precipício, muito estreita e cheia de curvas) e algumas ultrapassagens pareciam-me tão perigosas que fiz todo o percurso demasiado tensa para apreciar seja o que for. No final, cheguei mesmo a desabafar com o Paulo: “O meu sonho de visitar a Costa Amalfitana transformou-se em pesadelo!”. Felizmente, as coisas haviam de melhorar…
Ravello
O coração de Ravello é a Piazza del Vescovato, a praça onde fica o Duomo (Catedral) e a torre de entrada na Villa Rufolo.
Ao contrário da maioria das localidades da Costa Amalfitana, Ravello não fica situada à beira mar, mas na montanha. Por isso, proporciona vistas deslumbrantes da costa e do mar Tirreno, quer a partir dos jardins da Villa Rufolo, quer dos da Villa Cimbrone, conhecida pelo seu Terraço do Infinito. Entre os dois, optámos pelos primeiros e não desiludiram!
Sorrento
O resto do dia foi passado em Sorrento, a cidade do Limoncello, o famoso licor italiano. Apesar de, aos fins-de-semana, o seu centro histórico também ser bastante movimentado, gostámos de passear pelas suas ruas e praças, entre limoeiros e laranjeiras.
O que não perder em Sorrento:
- Piazza Tasso, a praça principal, onde se encontra a estátua de Santo António, o padroeiro da cidade;
- Corso Itália, uma longa e animada rua pedonal cheia de lojas, restaurantes e gelatarias;
- Catedral de Sorrento;
- Marina Grande, antiga vila de pescadores;
- Marina Piccola, de onde arrancam os ferries para Capri e para a Costa Amalfitana. Há um elevador se não quiser descer e subir as intermináveis escadas que ligam o porto ao centro histórico;
- Villa Comunale, um parque situado no topo de uma falésia sobranceira ao mar, de onde se avistam o Golfo de Nápoles, o Cabo de Sorrento e o Monte Vesúvio.
Onde gostámos de comer em Sorrento
A’Marenna, um pequeníssimo restaurante no centro histórico onde vendem umas sandes maravilhosas. A escolha do tipo de pão, “pianuozzo” ou “ciabatta”, é mais fácil do que a sandes em si, porque apetece provar todas. Apesar da elevada procura e das filas, o atendimento é muito simpático e as sandes enormes. Gostámos tanto que fomos lá mais do que uma vez.
Onde dormimos
Agroturismo Primaluce, uma quinta no alto da cidade de Sorrento. Escolhemos este alojamento devido ao preço imbatível, ao estacionamento gratuito (em Sorrento, o estacionamento dos hotéis custa 20€ ou mais por dia) e ao facto de oferecerem transfers gratuitos para e de Sorrento. Apesar dos quartos serem bastante simples, os donos, Francesco e Lia, são muito simpáticos e prestáveis.
Ver outras opções de alojamento em Sorrento >>
Dia 2: Costa Amalfitana
Caminho dos Deuses
No segundo dia de viagem, e porque gostamos muito de caminhadas, fizemos uma parte do Caminho dos Deuses (em italiano: “Il Sentiero degli Dei”), o percurso pedestre mais famoso da Costa Amalfitana.
O trilho começa na pequena localidade de Bomerano e termina em Nocelle (7,8 km, 3h). Nós optámos por percorrer apenas os primeiros 4 km e, depois de avistar Positano, voltámos para trás, porque o resto do percurso é bastante parecido.
Pelo caminho, passámos por inesperados socalcos com vinhas, encontrámos várias cabras e fomos brindados com vistas belíssimas sobre a Costa Amalfitana, em especial sobre as povoações de Praiano e Positano.
No final da caminhada, tempo ainda para visitar Amalfi e Positano.
Amalfi
Amalfi foi uma das maiores repúblicas marítimas de Itália, a par de Pisa, Génova e Veneza. O seu ex-libris é o Duomo di Sant’Andrea, a catedral mais impressionante da Costa Amalfitana. Depois de a vermos, passeámos um pouco pelas ruelas, terminando na praia de areia negra e no pontão, de onde se tem uma das melhores vistas do lugar.
Positano
Positano é a localidade mais fotogénica e luxuosa da Costa Amalfitana. Visitámos o seu único monumento de destaque – a Igreja de Santa Maria Assunta – e calcorreámos as suas ruelas e inúmeras escadarias até à Spiaggia Grande, a praia principal, de onde se vêem as casas coloridas de Positano a descer pela montanha escarpada até ao mar.
Mais sobre a Costa Amalfitana
Se está à procura de mais informação sobre a Costa Amalfitana e o Caminho dos Deuses, recomendamos que consulte o nosso artigo com o melhor da Costa Amalfitana, incluindo como ir, como se deslocar, o que fazer e onde pernoitar.
Onde dormimos
Agroturismo Primaluce, o alojamento em Sorrento que mencionámos anteriormente.
Dia 3: Capri
De manhã cedo, apanhámos um barco em Sorrento para a ilha de Capri, onde passámos o dia.
Capri é um destino de luxo que atrai celebridades e mais de 2 milhões de turistas por ano. Para fugirmos das multidões, em vez de visitarmos as atrações mais populares da ilha como a Gruta Azul, os Jardins de Augusto ou o Teleférico do Monte Solaro, resolvemos conhecer o que ainda não tínhamos visto em fotos e, no final, regressamos a Sorrento com a memória de um dia feliz.
Mais sobre Capri
Se quiser saber mais sobre Capri, recomendamos que veja o nosso artigo com o melhor de Capri, incluindo como ir, como se deslocar, os principais locais a visitar e o nosso roteiro de um dia.
Onde dormimos
Agroturismo Primaluce, o alojamento em Sorrento que mencionámos anteriormente.
Dia 4: Pompeia
Situada a uns 25 km quer de Sorrento quer de Nápoles, Pompeia foi uma cidade do Império Romano, destruída durante a erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.C. Essa grande erupção provocou uma intensa chuva de cinzas que soterrou completamente a cidade (ao mesmo tempo que a preservou) durante 1600 anos.
Em 1748, Pompeia foi redescoberta e as escavações desde então resultaram num parque arqueológico verdadeiramente extraordinário, que superou em muito as nossas expetativas.
Oferecendo uma visão detalhada de uma cidade dos tempos da Roma Antiga, não é de admirar que Pompeia tenha sido classificada como Património Mundial pela UNESCO e que seja uma das atrações turísticas mais populares de Itália, recebendo mais de 2 milhões de visitantes por ano.
Dicas para visitar o Parque Arqueológico de Pompeia
Horários e preços:
- No site oficial: pompeiisites.org;
- Algumas casas e atrações têm horários diferentes dos do parque. Por isso, se houver algum local que queira mesmo visitar, consulte também esta página: pompeiisites.org/en/houses/
Bilhetes:
- Há 3 portas de entrada no Parque Arqueológico de Pompeia (Porta Marina, Piazza Esedra e Piazza Anfiteatro) e em qualquer delas é possível comprar os bilhetes. Também se podem adquirir antecipadamente online no website ticketone.it;
- Existem 3 tipos de bilhetes: simples, com audio-guia e com visita guiada;
- Nas imediações das portas de entrada, há várias lojas que tentam impingir bilhetes (mais caros), mapas, guias e audio-guias sobre Pompeia. Nada disso é necessário.
Quanto tempo para visitar Pompeia: umas 4 ou 5 horas são suficientes para visitar as principais atrações. Se quiser visitar tudo, precisará de um dia inteiro.
Mapa:
- Amelhor dica que lhe podemos dar para visitar o Parque Arqueológico de Pompeia é que instale a app MyPompeii no seu telemóvel. Porque inclui um mapa (uma excelente ajuda para se orientar no interior do complexo) e informação concisa sobre os vários locais a visitar;
- Se preferir, no interior do complexo arqueológico, também oferecem um mapa, incluindo as 9 zonas em se divide, os locais a visitar em cada uma, itinerários, localização dos cafés, casas de banho, etc.
Como chegar a Pompeia: é possível chegar a Pompeia quer de carro quer de comboio a partir de Nápoles ou de Sorrento.
Onde comer: há cafés no parque arqueológico que vendem sandes, bebidas, etc, a preços razoáveis. Se levar os seus próprios “snacks”, é proibido comer fora das áreas designadas para o efeito.
O que levar: calçado confortável (prepare-se para andar muitos km), garrafa de água (poderá reabastecê-la nas fontes espalhadas pelo complexo) e alguns “snacks”.
O que não perder:
Na zona II (a cidade verde)
- Anfiteatro
- Palestra Grande
- Complexo de Giulia Felice
Na zona VI (a cidade aristocrática)
- Casa do Fauno
- Casa do Poeta Trágico
- Thermopolium (taberna)
- Casa dos Vettii
Na zona VII (a cidade pública)
- Templo de Apolo
- Fórum
- Templo de Júpiter
- Termas Stabiane
- Casa de Sirico
- Lupanar (bordel)
Na zona VIII (a cidade sagrada e a cidade profana)
- Antiquarium (museu)
- Villa Imperial
- Basílica
- Teatro Grande
- Quartel dos Gladiadores
- Teatro Pequeno (Odeon)
- Templo de Ísis
Onde dormimos
Para visitar tudo com mais calma, decidimos pernoitar em Pompeia, onde existem diversas opções de qualidade, como o Hotel Pompei Be Green, onde ficámos alojados. Contudo, no final da visita ao parque arqueológico, chegámos à conclusão de que não é preciso um dia inteiro para o visitar, pelo que teria sido melhor opção ter ido dormir a Nápoles.
Ver opções de alojamento em Nápoles >>
Dias 5, 6 e 7: Nápoles
Palácio Reggia di Caserta
No dia seguinte de manhã, partimos para Nápoles. Contudo, como estava a chover, decidimos parar no caminho, para conhecer o Palácio Reggia di Caserta, declarado Património Mundial da UNESCO. Apesar de termos ido com poucas expetativas, gostámos muito de visitar o maior palácio erguido na Europa durante o século XVIII e de conhecer os seus espantosos jardins e esculturas.
Depois do almoço em Caserta, fomos devolver o carro no aeroporto de Nápoles e a seguir apanhámos um táxi para o centro da cidade, onde ficámos alojados.
Nápoles
De Nápoles, costumam dizer que ou se ama ou se odeia. Eu discordo, porque amei várias coisas na cidade e odiei outras tantas.
Gostei do facto de Nápoles ser uma cidade autêntica como já há poucas na Europa e do seu centro histórico não ser como um museu, mas um lugar habitado, com vida própria e lojas que não são para turistas. Gostei da simpatia das pessoas e de passear pelas ruas estreitas, compridas e sombrias, com edifícios altos de ambos os lados, roupa a secar e nichos religiosos.
Não gostei, todavia, da opulência em decadência da cidade. Há diversos edifícios majestosos, mas a maioria está degradada, velha e suja. Há muitos graffitis, lixo, pessoas sem abrigo, entre os quais muitos emigrantes, cheiro a chichi e cocó e uma miséria humana que não me lembro de ter testemunhado em mais nenhuma cidade europeia.
Se me arrependo de ter visitado Nápoles? Não. Porque Nápoles é como a vida: ora se ama ora se odeia.
Mais sobre Nápoles
Se está à procura de mais informação sobre Nápoles, recomendamos que consulte o nosso artigo com o melhor de Nápoles, incluindo o que visitar, ver e fazer, como se deslocar e onde ficar.
Onde dormimos
Monteoliveto 33, um alojamento local muito bem decorado, perto das principais atrações turísticas de Nápoles: do centro histórico, da via Toledo e do Bairro Espanhol. Não podia estar mais bem situado!
Ver outras opções de alojamento em Nápoles >>
Dia 8: Nápoles e voo de regresso
Roteiro alternativo para visitar a Costa Amalfitana, Capri, Nápoles e Pompeia (de transportes públicos)
Dia 1: Viagem de comboio de Nápoles para Sorrento e visitar Sorrento (dormida em Sorrento)
Dias 2 e 3: Visitar a Costa Amalfitana de autocarro ou de ferry (dormida em Sorrento)
Dia 4: Ferry para Capri – Visitar Capri – Ferry para Nápoles (dormida em Nápoles)
Dias 5 e 6: Nápoles (dormida em Nápoles)
Dia 7: Viagem de comboio para Pompeia e visitar Pompeia (dormida em Nápoles)
Dia 8: Nápoles e voo de regresso
Outros locais que poderá gostar de visitar na Campânia
- Herculano: uma antiga cidade romana que, à semelhança de Pompeia, ficou soterrada durante a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.;
- Reggia di Capodimonte: o palácio real de verão dos Bourbon com um museu de arte e bosque real;
- Ilha de Procida: a mais pequena das 3 ilhas do Golfo de Nápoles, ideal para explorar a pé e de autocarro. A não perder: Marina Grande, Semmarezio, Terra Murata, Marina di Corricella e Marina Chiaioletta;
- Paestum: uma importante cidade da Grécia antiga, cujas ruínas são Património Mundial, devido ao excelente estado de conservação de três templos, datados de cerca de 550 a 450 a.C.
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Oi sofia adoro o q vc escreve sobre as suas viagens,sou uma criança de 11 anos adoro escrever sobre as suas viagens em meus trabalhos da escola