Quando penso nas Astúrias, penso nos Picos da Europa e em queijos artesanais. Revejo-nos na noite em que, depois de fazermos a Rota do Cares, nos sentámos num alpendre em Caín a comer uma tábua de queijos, olhando para a chuva torrencial sobre as montanhas. Recordo outras tábuas, como aquela em que os queijos eram servidos com compotas variadas e frutos secos ou a que comemos na aldeia de Bulnes, ao som do rio e envolvidos pela paz das montanhas.

Nesta última ida aos Picos da Europa, descobrimos que em Cangas de Onís se realiza todos os domingos de manhã, por volta das 10 horas, um mercado onde se vendem alguns dos queijos mais emblemáticos das Astúrias como o Cabrales, o Gamoneo e o Beyos. Há-os de cabra, de vaca e de ovelha e queijos com os três leites.

Primeiro, demos uma volta pelo mercado, na praça da igreja, onde afinal não se vendem só queijos, mas também enchidos e vários produtos hortículas (tantos tipos de feijão, favas e grão), além de pão, compotas, mel, ovos e – com menos interesse para nós – roupa. Foram, porém, os queijos que me despertaram mais a atenção e, timidamente, sentei-me num banco de pedra debaixo das arcadas da praça onde se concentram os vendedores de queijo. Sentei-me simplesmente a observar, espantada com o cheiro forte e com a variedade exposta.

Depois, quebrando o feitiço, vieste chamar-me e fomos observar de perto os queijos de que tanto gostamos, espantados com o bolor e com a cor esverdeada de alguns. Passámos por diversas mesas onde, atendidos com sorrisos, nos deram a provar uns bocadinhos.

“São todos diferentes. Por isso, têm de experimentar vários, mesmo que sejam todos Cabrales, por exemplo. De qual gostam mais?” – perguntava-nos, curiosa, a vendedora que mais queijos nos deu a provar, no fim já grandes fatias, sempre a sorrir-nos com orgulho.

Agradaram-nos todos e o problema é escolher aqueles de que se gosta mais. Desta vez, porém, não cometemos o erro de outras viagens e trouxemos vários para comer em Lisboa, onde não conseguimos encontrá-los à venda em lado nenhum.

Guia prático

No mercado, os preços são um pouco mais baratos do que nas lojas de Cangas de Onís onde também se vendem bons queijos, como por exemplo nas lojas “Quesos Aquilino” e “La Barata”, com a vantagem de aí serem devidamente embalados em vácuo. Vale a pena visitar estes dois estabelecimentos, nem que seja só para ver.

Estacionamento

Ao lado da estação dos autocarros, há um parque com capacidade para muitos carros. Daí são 2 minutos a pé até ao centro de Cangas de Onís.

Onde comemos

El Abuelo, na rua principal da povoação.

O que visitar nas proximidades

  • A ponte romana de Cangas de Onís
  • Uma das várias queijarias ou uma das grutas onde o queijo continua a ser curado
  • Santuário de Covadonga
  • Lagos de Enol e Ercina
  • Minas de Buferrera
  • Desfiladeiro de Los Beyos

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6 Comentários

  1. Suas fotos são lindas demais!!!

  2. Adoramos também os Picos de Europa, e até acho que muitos portugueses não conhecem. Já fomos duas vezes 2008 e 2011 mas. em 2008 acampámos num parque de campismo em Potes. e estivemos aí numa semana fantástica. Agora pretendemos voltar mas com mais um!!

  3. Pitágoras Ozores Cunico

    bom dia. Aqui em Santos/SP – Brasil 01:07 AM dia 09/11/18 Estou fazendo um livro com os 27 queijos espanhóis DOP e, com alguns queijos IGP e, estou com dificuldade em especial do Queijo Arangas (fotos) e, entre várias pesquisas eu teria informações em Cangas de Onís…será??? Sei que é um queijo que se compra somente no produtor. Há alguma chance de conseguir uma foto ? SDS

  4. Boa tarde,
    Os queijos conservam-se à temperatura ambiente e nas deslocações sob o calor de agosto? ou será arriscado comprar para levar? Obrigada 🙂

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