Vila Nova de Milfontes, Praia das Furnas, Zambujeira do Mar, Tasca do Celso, Sacas – são alguns dos locais que nos vêm à cabeça quando pensamos no Sudoeste alentejano e que, na nossa opinião, devem ser incluídos numa primeira visita.
Este artigo não é, porém, para quem visita o Sudoeste alentejano pela primeira vez. É para quem regressa à região e quer conhecer coisas novas ou para quem a visita durante o verão e não gosta de multidões nem de filas de espera, ou seja, para quem procura locais, atividades, restaurantes e alojamentos excelentes, mas que a maioria das pessoas desconhece.
Sudoeste Alentejano: o que visitar, ver e fazer
Eis, pois, 16 coisas que adorámos no Sudoeste alentejano e que provavelmente não conhece…
1. Restaurante Alento
Esta é possivelmente a maior revelação desta lista. Por isso, tome já nota. Inaugurado recentemente, o restaurante Alento (ainda) está em nº 18, no tripadvisor, de 56 restaurantes em Vila Nova de Milfontes. Quer isto dizer que um grande número de pessoas ainda não o descobriu. É, pois, a sua oportunidade de ser um dos primeiros a experimentar este que, para nós, foi um dos melhores restaurantes onde estivemos em Portugal. É tudo bom: desde as entradas aos pratos principais e às sobremesas. A confeção em fogão a lenha lembra uma cozinha tradicional, a que o chef André Silva – um filho pródigo da terra – acrescenta inovação e frescura. A apresentação dos pratos é incrível bem como a decoração simples do espaço, onde sobressaem os detalhes. O atendimento é cuidado (sem ser pretencioso) e toda a equipa é jovem como o chef e uma simpatia.
Localização: a caminho da praia das Furnas;
Fechado às quartas-feiras.
2. Percursos pedestres da Rota Vicentina
“Para conhecer uma região é preciso sentir a terra debaixo dos pés” – é este o lema da Rota Vicentina, uma rede de percursos pedestres que atravessa o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina. Não podíamos estar mais de acordo, mas o número de quilómetros da Rota assusta. No total, são 450 km divididos em dois grandes trilhos: o Caminho Histórico, pelo interior rural, com 230 km e 12 etapas e o Trillho dos Pescadores, pela orla costeira, com 125 km e 5 etapas. Os quilómetros são tantos que a maioria das pessoas nem se atreve. Mas quem é que disse que tem de fazer tudo de uma vez? Pode escolher alguns percursos pedestres mais acessíveis e é precisamente aí que nós podemos ajudar, recomendando-lhe os seguintes:
- Trilho entre o Cabo Sardão e a Zambujeira do Mar (linear, 5,6 km, 1h15, fácil). Integrado na Rota dos Pescadores, este percurso pedestre acompanha a orla costeira, com vistas fabulosas sobre as arribas onde nidificam cegonhas – um caso único na Europa. Pode ser feito tanto a pé como de bicicleta;
- Dunas do Almograve (circular, 8 km, 2h30, algo difícil). Parcialmente integrado na Rota dos Pescadores, este percurso pedestre parte de Almograve, passa pela praia do Brejo Largo e segue sempre junto à belíssima linha costeira até à praia do Almograve;
- Trilho entre a praia do Carvalhal e Odeceixe (linear, cerca de 13 km, algo difícil). Mais um trilho com vistas incríveis sobre praias, a costa e o oceano, integrado na Rota dos Pescadores;
- Rotas de Santa Clara (circulares). Quem preferir a serra ao mar, poderá caminhar na zona da Barragem de Santa Clara, onde existem dois percursos: “De Santa Clara à Barragem” (10 km, fácil) e “De Santa Clara a Sabóia” (13 km, algo difícil). As rotas, com vistas desafogadas sobre um Alentejo serrano, levam-nos a conhecer as aldeias de Santa Clara e Sabóia, bem como o grande e tranquilo lago da Barragem.
3. Barragem de Santa Clara
Quem não quiser ou não tiver condição física para fazer as Rotas de Santa Clara não deverá deixar de visitar a Barragem de Santa Clara: um imenso e inesperado lago, no meio da extensa serra do concelho de Odemira. Além de uma praia, também há uma empresa – a Bass Catch in Santa Clara – que organiza passeios de barco e de kayak pela albufeira – para quem gosta de explorar “o lado simples da vida”, do silêncio, de viver devagar e de se sentir em comunhão com a natureza.
Dica de viagem: procure a Ponte D. Maria nas proximidades da barragem.
4. Passeio de barco (ou paddle) no rio Mira
Se gostar de passeios de barco também poderá fazer um a partir de Vila Nova de Milfontes, na Foz do rio Mira, um dos rios menos poluídos da Europa, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A empresa River Emotions dispõe de 5 percursos diferentes (incluindo uma subida no Rio Mira até Odemira), permitindo apreciar as paisagens e a tranquilidade do Mira, assim como a fauna e a flora envolventes.
Dica: para os mais aventureiros, também existem várias empresas na praia de Vila Nova de Milfontes que alugam pranchas de stand-up-paddle para andar no rio.
5. A Mercearia
Se continuar por Vila Nova de Milfontes, poderá almoçar ou jantar no restaurante A Mercearia junto ao Forte de São Clemente, cuja decoração recria uma mercearia antiga. Os pratos são à base de produtos locais e dão um toque mais moderno à gastronomia da região.
6. Tasco do Largo
Outra alternativa no centro de Vila Nova de Milfontes é o Tasco do Largo, um espaço moderno, aberto há pouco tempo, onde se servem petiscos e pratos inspirados na cozinha tradicional portuguesa e, em especial, nos pratos regionais alentejanos. Também têm algumas opções vegetarianas e hambúrgueres adorados pelos mais novos.
7. Oásis
Quem visita Vila Nova de Milfontes costuma fazer a travessia de barco até à Praia das Furnas, na outra margem. Ora é aí que fica, na casa de madeira que se avista ao longe, o Oásis. Com uma vista soberba sobre Vila Nova de Milfonte, é um restaurante onde se come muito bem e que raramente tem filas de espera. Quem quiser ir de carro tem de seguir até à praia das Furnas, podendo depois estacionar no parque de estacionamento do restaurante.
Especialidades: cozinha do litoral alentejano; Recomendamos: os pratos de arroz, entre os quais o de polvo, e as cataplanas.
8. Porto da Entrada da Barca
A gastronomia da costa alentejana destaca-se pela qualidade e pela frescura do peixe e do marisco aí capturados. Está, pois, intimamente ligada aos pequenos portos de pesca artesanal que todos os dias abastecem os restaurantes afamados da região. Só no concelho de Odemira existem quatro portinhos de pesca. O nosso preferido é a Entrada da Barca, encaixado entre falésias, na Freguesia da Zambujeira do Mar.
Se chegar até às 11h, poderá assistir à chegada dos coloridos barcos de madeira dos pescadores, carregados com sargos, robalos, congros, safios, pampos, abróteas, besugos, búzios, polvos, navalheiras e perceves.
9. Festival de Mastros de São Teotónio
Outra vivência que se pode ter, e que importa preservar e incentivar, é o Festival de Mastros de São Teotónio. O evento realiza-se de 2 em 2 anos e é o resultado do trabalho da população que decora as ruas da terra com milhares de flores de papel. 2019 é ano de festa, entre 12 e 30 de junho.
10. Festival TassJazz
Outro evento que poucas pessoas conhecem é este festival de jazz que tem lugar anualmente, no início de julho, num anfiteatro ao ar livre no Cerro do Peguinho, em Odemira. Além de boa música, poderá desfrutar de uma vista maravilhosa para o rio Mira. Em 2019, vai acontecer entre 2 e 6 de julho. A entrada é gratuita.
11. Chocolates da Beatriz
Se estiver por Odemira, aproveite para ir à fábrica de chocolates artesanais da Beatriz, uma argentina radicada nesta bonita vila. Foi aí que aprendeu a fazer chocolates por si mesma, experimentando novos sabores e combinações que hoje vende, com sucesso, numa casa isolada, rodeada de verde, no topo de uma colina de Odemira.
12. Queijo, azeite, cerveja artesanal e medronho
Se gosta de provar produtos locais quando viaja, tome nota destes nomes para quando visitar o concelho de Odemira: queijo Caprinus, azeite Vale da Casca, cerveja artesanal Calkula e aguardente de medronho. Quanto ao medronho, sabia que nos últimos anos se têm vindo a desenvolver outros produtos mais inovadores à base deste fruto, tais como licor e geleia?
13. 18 e Piques
Por falar em comida, no centro em Vila Nova de Mil Fontes, há um café fantástico chamado 18 e Piques onde poderá tomar o pequeno-almoço, lanchar ou comer refeições leves e saudáveis. Especialidades: tostas, quiches, saladas, sopas, sumos naturais, iogurte com granola…
14. Restaurante Alentejo Annapurna
Agora algo completamente diferente. O restaurante Alentejo Anapurna é um restaurante nepalês no meio de uma pequena aldeia chamada Cavaleiro, perto do Cabo Sardão. Descobrimo-lo por acaso numa das nossas idas à costa alentejana e foi da melhor comida nepalesa que comemos no nosso país. Que belo banquete e que incrível surpresa!
15. Bar da Praia do Almograve ao pôr-do-sol
O texto já vai longo, mas continue a ler, porque já vamos no pôr do sol. Um dos melhores locais para o contemplar é do Bar da Praia do Almograve.
Dica: se é um amante de fotografia, também poderá gostar de fotografar as invulgares formações rochosas da praia do Farol em Vila Nova de Milfontes.
16. Naturarte Campo e Naturarte Rio
Pois é, estamos quase no fim. Só faltam mesmo sugestões de onde dormir. No Sudoeste alentejano, não faltam excelentes opções de alojamento. Como não somos de recomendar o que não conhecemos, só vamos mencionar dois espaços onde já ficámos.
O primeiro é o Zmar, excelente para famílias com crianças, de que já falamos no nosso Roteiro de Carro pelo Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O segundo chama-se Naturarte Campo, um refúgio campestre situado perto de Vila Nova de Milfontes, onde a password do wifi é “desliga-te”. Ideal para descansar e para nos reconectarmos com a natureza, o Naturarte Campo dispõe de 10 quartos (onde se conjugaram materiais tradicionais com detalhes contemporâneos), piscina e campo de ténis. Daí podemos visitar a aldeia próxima de S. Luis (a pé ou de bicicleta) e ainda o picadeiro Naturarte, a 200m, para fazer uma aula de equitação, passear a cavalo ou, simplesmente, ver cavalos lusitanos de perto. Isto tudo a 13 km das praias, para podermos ir dar um mergulho no mar sempre que nos apetecer.
Dica: a 6 km de carro do Naturarte Campo, fica o também excelente Naturarte Rio e a sua piscina com vistas panorâmicas sobre o rio Mira.
Mais sobre o Sudoeste Alentejano
Visitámos o concelho de Odemira a convite da Câmara Municipal, nos dias 8 e 9 de junho de 2019.
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