Apesar de viver em Lisboa há quase dez anos, nunca tinha visitado o Palácio Fronteira ou Palácio dos Marqueses de Fronteira. Já tinha, porém, visto fotos deste monumento nacional e o que me seduziu, desde logo, foram os azulejos azuis e brancos do jardim.
Foram esses azulejos que fotografámos, mas também vos queremos mostrar aquilo que mais gostámos de ver neste palácio que é um dos melhores exemplos da arquitetura civil do séc. XVII em Portugal.
O palácio, situado no sopé da colina de Monsanto, foi originalmente mandado edificar por D. João de Mascarenhas, primeiro Marquês de Fronteira, como casa de férias e pavilhão de caça.
Se, no séc. XVII, o palácio ficava no meio dos campos, a poucos quilómetros de Lisboa, hoje foi engolido pela cidade e dos seus jardins podem avistar-se vários prédios, vias rápidas e até o Estádio da Luz.
Depois do terramoto de Lisboa de 1755, D. João de Mascarenhas e a família foram viver para o palácio. Este não só foi adaptado para esse fim, como lhe foi acrescentada uma nova ala, onde ainda moram os atuais descendentes do Marquês.
Tirando essa ala privada, pode-se visitar (e alugar) tudo o resto.
Apesar de refletir uma influência italiana, o palácio é tipicamente português, sobretudo devido aos azulejos que caracterizam quase todos os espaços da casa e do jardim.
Gostaríamos que vissem os azulejos do interior do palácio, especialmente os da entrada, a azul e branco, com motivos de camélias, uma flor na altura recentemente trazida do Japão, bem como os azulejos da Sala das Batalhas, o espaço interior mais emblemático e original da casa, com painéis (a fazer lembrar “cartoons”) ilustrando as batalhas que conduziram à restauração da independência de Portugal, em que D. João de Mascarenhas se distinguiu.
Não pudemos, porém, continuar a fotografar o interior da casa, porque é proibido. É, pois, para o Terraço da Capela que vos conduzimos, onde estão representadas as sete artes liberais, acompanhadas por estátuas de divindades gregas e bustos de imperadores romanos.
Depois do Terraço da Capela, visitámos a capela e uma pequena gruta artificial, decorada com pedacinhos de conchas e pedras, além de porcelana. Reza a lenda que terá sido quebrada depois do banquete oferecido pelo 1.º Marquês de Fronteira ao rei D. Pedro, cumprindo a tradição de partir a loiça depois do soberano a estrear.
Atravessado o Jardim de Cima, mais privado e dominado por árvores de grande porte, chegamos ao jardim de baixo, ou Jardim Formal, destinado sobretudo às visitas e decorado com canteiros de buxo.
São os azulejos dos cavaleiros e a galeria dos reis, no tanque monumental do jardim, que tornaram este palácio do séc. XVII tão famoso. O jardim foi considerado um dos 250 melhores reunidos no livro The Gardener’s Garden e incluído no top 10 da revista Condé Nast Traveler (edição espanhola) que o considerou “simplesmente espetacular” e “um dos mais belos de Portugal”.
No fim deste artigo, o que falta? Só mesmo vocês nas fotografias deste belíssimo palácio junto às pessoas que amam.
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Olá Sofia: se este não é o jardim mais bonito de Lisboa, está no pódio com certeza. Foi pena que não estivesse sol. A luz torna-o ainda mais fantástico. Ando para regressar mas desta vez sem visitar o palácio. Quando o visitei não me permitiram tirar nenhuma fotografia no interior. Espero que tenham gostado.
Olá Eva, sim, gostámos muito. Quanto às fotos do interior do palácio, já tínhamos tirado algumas quando nos avisaram que não era permitido. Mostramos duas para deixar as pessoas adivinharem que também vale a pena visitar a casa e não apenas o jardim.
Olá Sofia! Tanto o palácio como o jardim parecem lindíssimos. Vivo junto a Lisboa mas vergonhosamente nunca os visitei (tenho ainda tanto por conhecer, mesmo do que está «à porta» de casa)! Fica a sugestão para um próximo fim-de-semana com bom tempo!
Oi Sofia,
Um lugar mágico. Não tinha ouvido falar sobre o Palácio, que merece ser visitado.