Nantes fica a cerca de 50 euros e a pouco mais de 1h30 de Portugal, num voo da easyJet ou da transavia. Dois dias são suficientes para fugir da rotina dos dias iguais e ficar a conhecer uma das cidades mais criativas de França, nomeada para Melhor Destino Europeu em 2016.
Outrora capital da Bretanha e com um passado sombrio, Nantes reinventou-se através da arte urbana e é pelas suas ruas que vos vamos levar a passear connosco.
Seguimos a linha verde
Para não nos perdermos e ficarmos a conhecer as principais atrações da cidade, existe uma linha verde pintada no chão. Tem 15 km de extensão e guia-nos pelas ruas, entra em jardins, segue ao longo do rio Loire e conduz-nos à ilha de Nantes onde vivem máquinas – elefantes, aves, peixes, aranhas – gigantes.

1. Jardim das Plantas
Começamos o nosso passeio a pé neste jardim botânico onde bancos – um colossal, outros curvilíneos – e um gato feito de vegetação nos fazem rir. As esculturas naturais variam todos os anos. Por isso, há regularmente novos seres a descobrir.


2. A catedral
A linha verde conduz-nos depois a uma das catedrais mais altas de França, cuja entrada é gratuita. Foi mandada construir por Ana da Bretanha. Ficamos a saber que foi duas vezes raínha de França e depois subimos umas escadas perto do altar, para vermos os túmulos dos seus pais, Francisco II e Margarida de Froix, cujas estátuas repousam eternamente de mãos dadas. À noite, e porque é Natal, voltamos à Catedral para ver o espetáculo de luzes mais bonito que alguma vez vimos, projetado na sua fachada.


3. O mercado de Talensac
A Bretanha é uma região rica em carne, peixe, marisco, queijos, vegetais, doces e este é o espaço ideal para apreciarmos quer a diversidade quer o requinte dos produtos locais.


4. Um ninho na Torre da Bretanha
Continuando a seguir a linha verde, facilmente identificamos a Torre da Bretanha ao longe, por ser feia e por ser a mais alta da cidade, destoando do resto dos edifícios. Queremos subir ao 32º andar, onde mora um pássaro gigante que é um assento muito comprido e ovos que são bancos. Além disso, é daí que se tem a melhor vista da cidade. Há, porém, uma longa fila à entrada da torre debaixo de temperaturas negativas, por isso não esperamos e seguimos caminho.
5. A passagem Pommeraye e as montras das lojas
O bom gosto e a elegância estão presentes em quase todas as montras de Nantes, mas a zona comercial que mais impessiona ainda é esta passagem do século XIX, com colunas, estátuas e uma magnífica cobertura de vidro.

6. Praça Graslin
É o edifício do Teatro Graslin que dá nome a uma das praças mais bonitas da cidade, mas já vos dissemos que Nantes é história e arte, por isso reparem nos candeeiros contemporâneos que aí existem e que bem que ficam.

7. Museu de História Natural
Nas férias de Natal, o museu está cheio de famílias com crianças curiosas. Costuma haver exposições temporárias, como a que nos revelou o mundo das formigas, mas mais surpreendente ainda é uma sala cheia de animais embalsamados dentro de vitrines como nos museus de antigamente.

8. Memorial à Abolição da Escravatura
A linha verde conduz-nos depois à margem do rio Loire onde um memorial subterrâneo nos leva às profundezas da escravatura. Aprendemos que Nantes foi em tempos um dos maiores portos europeus no mercado de escravos e, lendo várias citações, refletimos sobre a dimensão da maldade humana.
9. Les Machines de L’île
Atravessando a ponte Ana da Bretanha, chegamos à ilha de Nantes onde os antigos estaleiros navais deram lugar a um dos projetos artísticos mais emblemáticos da cidade, inspirado nas viagens fantásticas de Júlio Verne (o seu filho mais famoso). São “As Máquinas da Ilha”: animais mecânicos gigantes em movimento. Apesar de nem tudo nos ter agradado, divertimo-nos com a marcha de um imponente elefante com 12 metros de altura cuja tromba ia lançando água sobre crianças traquinas. O Carrossel dos Mundos Marinhos também nos encantou pela imaginação desenfreada dos seus criadores e pela alegria de quem nele andava.


10. Castelo dos Duques da Bretanha
A linha verde é circular. Por isso, no fim regressamos à zona histórica da cidade – percorrendo ruas estreitas e sombrias embelezadas por lojas bem decoradas e acolhedoras – até chegarmos ao castelo dos Duques da Bretanha, o edifício histórico mais importante da cidade, a par da Catedral. Protegido por muralhas e um fosso, o castelo começou a ser construído no séc. XIII por Francisco II, último duque da Bretanha independente de França. Hoje alberga o Museu da História de Nantes, levando-nos numa viagem pela história da cidade, desde esses tempos até aos dias de hoje.


11. Le Lieu Unique ou Um Lugar Único
A antiga fábrica das Bolachas LU (Lieu Unique) é um dos vários projetos de reabilitação urbana de Nantes. Foi transformada num centro de arte contemporânea e de espetáculos, com um restaurante e um café cheios de estilo, onde vamos descansar. O nosso passeio chega aqui ao fim, mas o seu poderá estar prestes a começar.

Guia prático para visitar Nantes
Pass Nantes
Existe um passe turístico para visitar Nantes em 24h (25€), 48h (35€) e 72h (45€), que inclui entrada nos principais museus e atrações, livre utilização de bicicletas e transportes públicos, cruzeiros nos rios Edre e Loire, etc.
Ao princípio pareceu-nos aliciante, por isso comprámos um passe para 2 dias. Todavia, no fim concluímos que provavelmente não compensava, sobretudo fora dos meses de verão, altura em que os cruzeiros não operam e a Ilha das Máquinas e museus como o de Júlio Verne só estão abertos à tarde.
Além disso, o preço do passe é superior ao preço das atividades que se podem fazer num dia (a não ser que se pretenda andar numa correria desenfreada).
Quanto às bicicletas, as que se encontram disponíveis não são as que estão espalhadas por toda a cidade, mas antes umas guardadas (inconvenientemente) num parque de estacionamento subterrâneo na Praça Bouffay.

Quando visitar
Uma das melhores alturas para visitar Nantes é durante os meses de Julho e Agosto quando decorre o festival Le Voyage à Nantes (Viagem a Nantes) e a cidade se enche de novas criações artísticas.
Transportes
- Aeroporto: existem autocarros (Navettes) do aeroporto até ao centro da cidade. Partem de 20 em 20 minutos, exceto aos domingos e feriados em que a frequência é de 30 em 30 minutos. Duração do percurso: 20 minutos. Preço: 8,50 euros;
- Aluguer de carro: a empresa que nos ofereceu o melhor preço em Dezembro de 2016 foi a Enterprise. Preço: 45 euros por um pequeno citadino (1 dia, km ilimitados);
- Bicloo: assim se chamam as bicicletas que se vêem espalhadas pelo centro da cidade (tão plana) e que qualquer pessoa pode alugar. A primeira meia-hora de utilização é sistematicamente gratuita, existindo também bilhetes para 1, 3 ou 7 dias;
- Elétrico: é o transporte público mais utilizado pelos habitantes de Nantes, ligando os vários locais por onde vos levámos anteriormente.

O que provar
- Doces típicos: Kouign amann (um doce caramelizado) e Gâteau Nantais (uma tarte com amêndoa e rum);
- Os crepes (doces) e as galettes (salgados) são uma especialidade da Bretanha, normalmente acompanhados por sidra doce ou bruta;
- Queijos regionais Le Curé Nantais e Saint-Paulin.


O que beber
Vinho branco Muscadet, o mais produzido da região Pays de la Loire, da qual Nantes é atualmente a capital.
Bilhetes para Les Machines de L’île
- Convém ver com antecedência os preços e horários no site: www.lesmachines-nantes.fr. Por exemplo, em Dezembro de 2016, as Máquinas da Ilha só abriam às 14h00.
- Há duas bilheteiras separadas: uma bilheteira para o Carrossel dos Mundos Marinhos (há um bilhete para andar no carrossel e outro apenas para ver) e outra bilheteira para andar no Grande Elefante e para visitar a Galeria das Máquinas e o Workshop (oficina onde os operários constroem os animais robotizados). A Galeria das Máquinas foi uma grande deceção para nós porque, depois de horas à espera para comprar os bilhete, vimos as máquinas paradas e, ao contrário do que davam a entender, os visitantes não podiam andar nelas. Só vimos uma demonstração de uma aranha gigante em movimento.

O que visitámos nas proximidades
- Monte Saint-Michel (a 2 horas de carro)
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Artigo excelente! 😉
Estou à procura de uma boa opção de escapadinha me família agora nas férias de Natal, e o vosso artigo foi bastante elucidativo.
Comecei agora mesmo a seguir – vos no Instagram.
Obrigada.
Que bom saber isso, Sandra! Beijinhos e boas viagens à solta!