Em 2015, fui pela primeira vez a Israel. Este é um pequeno guia com as perguntas que eu, na altura, gostaria de ver respondidas, destinado a quem está a pensar visitar o país.
Porquê visitar Israel?
- Se é religioso – Jerusalém é o epicentro das religiões monoteístas;
- Se tem curiosidade e interesse pela história – este país está repleto de lugares que fervilham de vida há mais de 2000 anos;
- Se procura descobrir a cultura do Médio-Oriente e ao mesmo tempo saber mais sobre a cultura judaica – este é o único país do mundo onde os judeus são uma maioria;
- Se adora mercados tradicionais de comida – as cores e aromas das verduras e especiarias em Jerusalém e Tel Aviv são fantásticos;
Como ir?
- De avião – é a forma mais rápida e simples de chegar ao país. O aeroporto Ben Gurion fica a pouco mais de 20 km de Tel Aviv e a cerca de 50 de Jerusalém;
- A partir do aeroporto há vários tipos de transporte disponíveis. O táxi é a solução mais cómoda, embora custe cerca de 160 NIS (37 Euros) para Tel Aviv;
- Se planeia visitar a Jordânia, atravessar a fronteira terrestre também é uma hipótese;
É seguro?
- É provavelmente mais seguro do que qualquer grande cidade europeia. Bombas? Rockets? Sendo um país constantemente no centro de conflitos, as probabilidades disto acontecer não são de ignorar. Contudo, como eu costumo dizer, já temi mais pela minha vida a atravessar algumas ruas de Lisboa. Reparei que os israelitas não aparentam estar minimamente preocupados com isso no dia-a-dia, vivendo a sua vida normalmente, como em qualquer cidade da Europa ocidental;
- Polícias e militares nas ruas? Os militares armados com metralhadoras de guerra são uma presença constante em Jerusalém, nos postos fronteiriços e no aeroporto, mas muito rara em Tel Aviv. Nos hotéis de luxo e nas estações de autocarros, é normal ver seguranças com detetores de metais a pedirem para revistar as mochilas e as malas. É uma situação normal que só se estranha de início;
Como é com o dinheiro, devo levar Euros?
- Nas principais cidades, há casas de câmbio por todo o lado: umas são automáticas, outras têm pessoas a atender. As taxas de câmbio variam muito e convém procurar as que oferecem melhores valores. Se optar por levar Euros, é possível que lhe saia mais económico trocar dinheiro do que levantá-lo nas caixas multibanco (ATM);
- A moeda do país é o New Israeli Shekel (NIS). Há, todavia, sítios que aceitam Euros ou Dólares, principalmente no aeroporto. Devo alertar para o facto de, no aeroporto, o troco ser geralmente em Dólares, caso faça pagamentos em Euros;
- O ideal é mesmo usar a moeda local. Dessa forma, poderá fazer pagamentos em qualquer lado, sem preocupações;
Vai ser fácil comunicar?
- Se sabe inglês, não terá qualquer problema, já que a maioria da população fala a língua e o resto arranha;
- Há também uma grande comunidade de judeus originários de França. Se, num restaurante, ouvir falar francês na mesa ao lado, o mais certo é que sejam israelitas (e não turistas), os quais gostam de misturar as duas línguas na mesma frase, como fazem os portugueses emigrados;
Como é o clima?
- Quente, bastante quente! Durante o inverno é um pouco mais fresco (em especial nas zonas montanhosas como Jerusalém), mas o resto das estações são entre o quente e o abrasador;
- A chuva é escassa e só em raras ocasiões Jerusalém ficou coberta de neve durante o inverno;
- Os melhores meses para visitar o país são Maio e Novembro;
Que roupa devo levar?
- A mesma que veste durante a primavera e o verão em Portugal. Por vezes, um casaquinho à noite não estorva nada;
- Durante o dia (em especial fora do inverno), um chapéu e protetor solar são fundamentais;
- Para entrar em qualquer templo de qualquer religião, será normal encontrar pessoas a controlar a sua “decência” no vestuário. Geralmente, não é boa ideia usar calções nem ombros à mostra ou grandes decotes. Em alguns lugares, há inclusive roupa para emprestar aos visitantes;
Como me posso deslocar?
- Transportes públicos: se pretende apenas deambular pelas cidades, a melhor opção são os autocarros. As viagens têm preços semelhantes aos de Portugal, com a diferença de que são muito mais frequentes, mesmo os suburbanos. Embora toda a informação sobre as paragens esteja escrita em hebreu, com a ajuda do motorista ou de outros passageiros não será difícil encontrar a paragem correta;
- Sherut(dicção próxima de “cherrute” em português): se optar por esta espécie de mini-bus, não estranhe caso veja pessoas a entrar sem pagar. Elas sentar-se-ão e passarão o dinheiro aos passageiros da frente, que o encaminharão para o motorista. O troco terá o percurso inverso, movido de forma idêntica. Aprendi, no último dia, que os Sherut que possuem números fazem o mesmo percurso que os autocarros com a mesma designação. São ligeiramente mais baratos e talvez um pouco mais rápidos do que os autocarros, além de poder pedir ao motorista para parar onde quiser;
- Automóvel: o aluguer é bastante em conta. No entanto, tenha em atenção que os condutores israelitas são muito agressivos. Se não está habituado a conduzir nas horas de ponta em Lisboa ou no Porto, esta provavelmente não é uma boa opção para si. Os condutores mudam de faixa loucamente e estão constantemente a apitar (ainda que os apitos não sejam perigosos, a mim causam-me uma profunda irritação!). Alerto ainda para o facto de ser normal demorar mais de 15 minutos a entrar ou a sair das grandes cidades;
- Excursões turísticas: a oferta de “tours” é diversificada e, geralmente, as agências vão buscar os passageiros aos principais hotéis;
- Táxis: tenha em atenção que tentarão cobrar-lhe sempre mais do que é suposto, especialmente se o condutor for árabe. Informe-se previamente dos preços habitualmente praticados ou peça ao condutor para ligar o taxímetro;
- Bicicleta: é um bom meio de transporte para conhecer Tel Aviv, já que a cidade é plana. Podem ser alugadas diariamente, através de cartão de crédito, acrescendo a esse valor o preço de utilização (o qual poderá ser evitado fazendo percursos de apenas meia-hora, intercalados com pausas de 10 minutos nas estações próprias, espalhadas por toda a cidade);
Onde ficar?
- Os hotéis são caros e nem sempre com a qualidade correspondente, mas a oferta é diversificada;
- Também se pode ficar alojado em kibbutz e quer em Tel Aviv quer em Jerusalém há muitos hostels a preços muito mais em conta do que os hotéis. Não me posso, porém, pronunciar sobre a sua qualidade, por ter sido algo que não experimentei;
A comida é boa?
- Eu gostei. Há vários tipos de comida e as refeições são habitualmente acompanhadas de grandes e deliciosas saladas. É o paraíso dos vegetarianos!
- Há imensos restaurantes para todo o tipo de carteiras e gostos. A minha percepção é que os preços são cerca de duas vezes mais caros do que em restaurantes idênticos de Lisboa, tendo em conta a localização e a qualidade;
- O serviço habitualmente não está incluído na conta, à qual se deverá adicionar entre 10 a 15%. Não é obrigatório, mas é como se fosse;
Que mais devo saber?
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Olá Paulo! Tudo bem?
Sabe dizer quanto dinheiro é necessário levar para uma viagem a israel, fazendo turismo dentro de um "budget" baixo?
Obrigada!
PARABÉNS, GOSTEI MUITO DAS ORIENTAÇÕES, VOU EM SETEMBRO ISRAEL JÁ PESQUISEI ALGUNS SITES MAS ESTE SE DESTACOU PELA CLAREZA INFORMAÇÕES. OBRIGADO
Olá Jessica, não tenho informação suficiente para lhe responder à sua questão. Posso dizer-lhe que os preços de alojamento e alimentação são facilmente o dobro dos de Portugal. Depende muito se viaja de forma independente ou num pacote turistico.
Olá Paulo, é fácil ir de Tel-Aviv para Jerusalém sem alugar carro nem ir em nenhuma excursão?
Sim, muito fácil. Há autocarros frequentes e tão rápidos como ir de carro. Convém não deixar a compra dos bilhetes para a hora de partida de preferência, já que são muito usados pelos militares e andam bastante cheios.
Obrigada pela resposta. Tenho mais uma questão que talvez não seja de tão fácil resposta. Estarei em Israel de sábado a 4a. Gostava de ver Tel-Aviv e Jerusalém, sem muito stress nem alugar carro (já o fiz em outros países). Estou indecisa se hei-de ficar sempre em Tel-Aviv e fazer 1 visita de um dia a Jerusalém ou se hei-de ficar a dormir em Jerusalém e passar lá mais tempo. Outras "terriolas" que merecem visita? O país vizinho, a Jordânia, já visitei.
Tudo depende do tipo de passeio que pretende fazer. Eu fiquei em Tel-Aviv e fui um dia inteiro a Jerusalém. Deu muito bem para ver a parte antiga exceto o Dome of the Rock que tem de ser visitado de manhã (eu não sabia na altura). Porém eu aconselho dois dias em Jerusalém.
Obrigada!
Ótimas dicas. Obrigada!
Olá Paulo
Ótimas dicas.
Percebi que o alugou carro. É obrigatório ter carta de condução internacional? No site do ministério de transportes israelita diz que os turistas podem conduzir com a licença do seu pais contudo nos sites das companhias de aluguer diz que é necessário ter a carta internacional. Já mandei mail à companhia de aluguer e não obtive resposta…. Como foi a sua experiência?
Cumprimentos
Olá Cátia, em Israel não aluguei automóvel e não tenho informação segura sobre o que pretende saber. Por experiência própria, nunca necessitei de carta internacional e duvido que seja obrigatório em Israel. Aconselho a tentar obter essa informação de fonte segura, idealmente da companhia onde pretende alugar.