Gostaria de visitar a Coreia do Sul sem agências turísticas? Neste artigo, vamos ajudá-lo a planear, passo a passo, a sua própria viagem à solta e dar-lhe dicas essenciais para visitar o país de forma independente.
Factos sobre a Coreia do Sul
- Onde fica? Na Ásia Oriental, mais propriamente na parte sul da Península da Coreia (Google Maps);
- Fronteiras terrestres: Coreia do Norte;
- População: 51 milhões;
- Capital: Seul:
- Moeda local: Won (KRW) – consultar a taxa de câmbio atual;
- Língua oficial: coreano;
- Religião: quase metade da população sul-coreana não tem preferência religiosa. Dos restantes, a maioria são cristãos e budistas;
- Principais indústrias: construção naval, eletrónica, automóvel e semicondutores;
- Fuso horário: GMT+ 9;
- Código telefónico internacional: +82
Preparativos para visitar a Coreia do Sul
1. Marcar voos Portugal – Coreia do Sul
Na Coreia do Sul, há 4 aeroportos internacionais: Seul (Incheon), Seul (Gimpo), Busan (Gimhae) e Jeju.
Infelizmente, não há voos voos diretos de Portugal. Nós voámos de Lisboa para Seul (Incheon) através da Lufthansa, a companhia que na altura oferecia o melhor preço, e fizemos escala na Alemanha.
Procurar voos no Google Flights
Dica: para evitar problemas, convém comprar os voos diretamente na companhia aérea.
2. Passaporte e K-ETA
Os cidadãos portugueses podem visitar a Coreia do Sul até 90 dias sem visto. No entanto, têm de pedir um K-ETA, isto é, uma autorização eletrónica de viagem, pelo menos 72 horas antes de embarcar.
Mais informações:
Dica: não se esqueça de verificar se o seu passaporte tem uma validade mínima de 6 meses após o voo de regresso. Caso contrário, terá de o renovar.
3. Pesquisar o que visitar na Coreia do Sul e traçar um roteiro de viagem
Procure inspiração no nosso blogue (em breve)
Websites úteis
- Site oficial do Turismo da Coreia do Sul
- Portal das Comunidades Portuguesas – Conselhos aos Viajantes
- Lista de lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial na Coreia do Sul
4. Decidir como se movimentar na Coreia do Sul
Transporte rodoviário e ferroviário
Quase todo o país é servido por uma rede de autocarros expresso e caminhos-de-ferro, incluindo ligações em comboios de alta velocidade entre algumas das principais cidades.
Além disso, Seul e Busan – as duas maiores cidades – dispõem de uma boa rede de metropolitano.
Em conclusão, não é necessário alugar carro para visitar a Coreia do Sul, com exceção da ilha de Jeju, onde um automóvel é essencial para chegar às principais atrações turísticas.
Dicas:
- O cartão T-money é usado para pagar os transportes públicos (autocarros e metro) nas grandes cidades. Compra-se e carrega-se nas lojas de conveniência, como o 7 Eleven. Pode ser comprado com cartão bancário, mas os carregamentos só podem ser feitos com dinheiro. Atenção: não se vende nas bilheteiras do metro, tem mesmo de ser nas lojas de conveniência.
- O Google Maps é uma grande ajuda para andar de transportes públicos. Selecione a opção “Direções” e depois o ícone dos transportes públicos.
- O Google Maps à data do artigo, não serve para navegação por carro. Para isso tem que usar aplicações de navegação Coreanas Kakao T. Travel ou NAVER Map. Nós não precisámos, porque o automóvel tinha navegação incorporada em inglês, do mais avançado que já vimos.
Voos domésticos
As 16 maiores cidades sul-coreanas estão ligadas por voos domésticos, incluindo a ilha de Jeju, um dos locais que mais gostámos de visitar na Coreia.
Nós voámos para Jeju através da Jeju Air, mas há diversas companhias aéreas que fazem a ligação a preços bastante acessíveis, várias vezes por dia.
No nosso caso, o voo de ida e volta custou 69 Euros por pessoa.
Procurar voos no Google Flights
Alugar carro
A rede rodoviária na Coreia do Sul é bastante desenvolvida. As principais cidades estão ligadas por auto-estradas e até as pequenas localidades têm bons acessos.
Nós alugámos carro quer na Coreia do Sul continental quer na ilha de Jeju, para aproveitarmos o tempo ao máximo e termos total liberdade. Como de costume, fizemo-lo online, antes de partir, de modo a poupar tempo e dinheiro.
Normalmente, usamos o site Discovercars, para comparar a oferta de viaturas e os preços das principais empresas de rent-a-car disponíveis no destino turístico, como a Hertz, Avis, Alamo, Budget, Europcar ou Sixt, e depois reservamos diretamente no site da companhia mais barata.
No nosso caso, reservámos os dois carros através da companhia Lotte.
Procurar carros na Coreia do Sul e Jeju
Licença Internacional de Condução
Se decidir alugar carro na Coreia do Sul, é obrigatório ter uma Licença Internacional de Condução, a qual pode ser obtida no IMT ou no ACP.
5. Reservar hotéis na Coreia do Sul
A oferta hoteleira, na Coreia do Sul, é mais diversificada nas grandes cidades e nos locais mais turísticos, onde se encontra todo o tipo de opções e preços.
Onde ficar a dormir na Coreia do Sul
Durante a nossa viagem de 15 dias pelo país, ficámos alojados nos seguintes locais: Jeju (3 noites), Andong (1 noite), Gyeongu (2 noites), Busan (3 noites), Jeonju (1 noite) e Seul (4 noites).
Procurar alojamento em Gyeongu
Nós fazemos a maioria das nossas reservas no Booking.com, porque:
- Tem uma oferta enorme de alojamentos e extremamente variada. É possível reservar quartos em hotéis, hostels, resorts de praia, B&B ou até mesmo reservar apartamentos inteiros;
- Os preços são muito competitivos e as promoções frequentes;
- Podem-se ler milhares de comentários imparciais de hóspedes comprovados;
- As reservas são gratuitas e geralmente podem ser alteradas ou canceladas sem qualquer custo.
6. Seguro de viagem
Os cidadãos portugueses não estão cobertos pelo seu plano de saúde pública enquanto estiverem na Coreia do Sul. Precisam, pois, de adquirir o seu próprio seguro de saúde para viajantes antes de viajar para o país.
No nosso caso, fizemos um seguro na IATI, tendo pago 63 Euros por pessoa.
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7. Carregar o Revolut com base numa estimativa de gastos
O Revolut é o cartão bancário que utilizamos sempre que viajamos para fora da Zona Euro, já que nos permite poupar muito dinheiro em taxas bancárias.
Antes de partir para a Coreia do Sul, fizemos uma estimativa do dinheiro que iríamos gastar e carregámos o Revolut com esse valor. Uma vez aí, transferimos mais algum dinheiro da nossa conta para o cartão e fizemos quase todos os pagamentos com ele, já que a maioria dos hotéis, restaurantes, postos de gasolina e lojas aceita cartões de crédito.
Só levantámos dinheiro com o Revolut, nas caixas Multibanco/ATM, para o mínimo indispensável.
8. Cartão SIM ou WiFi Router
Um cartão SIM ou um WiFi Router são essenciais para quem quer viajar de forma independente, porque permitem ligação à Internet durante as viagens, evitando-se as tarifas excessivas de “roaming” de dados.
Nós alugámos um WiFi router. Fizemos a reserva no site da Korea Telecom antes de partirmos para a Coreia do Sul e depois só tivemos de o levantar no balcão da companhia, situado na área das chegadas do Aeroporto Internacional de Incheon. Preço: 47,35 Euros, por 15 dias.
9. Reservar “tours” na Coreia do Sul
Visitar a Zona Desmilitarizada da Coreia (DMZ) é uma das atividades mais populares na Coreia do Sul. A visita demora meio dia ou um dia inteiro e só pode ser feita através de uma excursão organizada. Poderá reservar um lugar no website getyourguide.pt, entre outras excursões, atividades organizadas e coisas para fazer na Coreia do Sul. Ora veja:
Procurar tours na Coreia do Sul
Dicas de viagem na Coreia do Sul
Quando visitar a Coreia do Sul
A melhor época do ano para visitar a Coreia do Sul é o outono (setembro, outubro e novembro), porque o clima é geralmente ensolarado e, em novembro, as florestas enchem-se de cores surpreendentes.
A primavera (março, abril e maio) também é uma boa altura, graças às temperaturas normalmente amenas.
O inverno (dezembro, janeiro e fevereiro) normalmente é seco, mas muito frio. Já o verão (junho, julho e agosto) é muito quente e traz a época das monções, altura em que o país recebe 60% de sua precipitação anual.
Dificuldades de comunicação
As maiores dificuldades para os visitantes estrangeiros residem no escasso domínio do inglês por parte da população em geral. Todavia, há sempre pessoas prontas a ajudar a ultrapassar eventuais dificuldades de comunicação.
Dicas:
- Descarregue uma APP de tradução, como o Google Tradutor, para facilitar a comunicação;
- O Google Lens também é uma grande ajuda. Basta apontar a câmara do telemóvel para um texto para obter a tradução instantânea.
Segurança
A República da Coreia apresenta um elevado grau de segurança e baixa criminalidade. As esquadras de polícia estão distribuídas por todo o país, dispondo geralmente de tradutores de língua inglesa.
Números de emergência
- Polícia (apenas em língua coreana): Tel: 112. Deverá ligar e pedir “interpretation service” (horário: 2ª a 6ª feiras, das 08h00 às 23h00, e sábados e domingos, das 08h00 às 18h00);
- Ambulâncias e incêndios (apenas em língua coreana): Tel: 119 (pedir “interpretation service”);
- Relatos de crimes: Seoul Metropolitan Police Agency – Foreign Affairs Division: Tel. 02-700-6220.
Emergency Ready
Esta APP em inglês contém indicações de segurança detalhadas e informações sobre locais de abrigo de emergência, hospitais, estações de polícia e embaixadas. Pode também ser utilizada para contactar o 119.
Saúde
Segundo o Portal das Comunidades Portuguesas:
- “A Coreia do Sul é servida por uma boa rede de hospitais e clínicas, servindo sob um sistema misto público/privado. As principais unidades hospitalares possuem médicos e enfermeiros especialmente vocacionados para o atendimento a estrangeiros, falando inglês.”
- “É aconselhável que se faça um seguro de viagem que inclua cuidados médicos, dados os elevados custos dos mesmos na Coreia.”
Consulte o Portal das Comunidades Portuguesas para obter os contactos dos principais hospitais e clínicas.
Conduzir
O trânsito é intenso em todo o país e há uma taxa de sinistralidade relativamente elevada.
Dicas
- Conduz-se pela direita;
- A generalidade das placas de sinalização tem informação no alfabeto romano;
- Cuidado com os efeitos do “jet lag”. Quando se está cansado, o corpo fica com os reflexos reduzidos e há uma maior probabilidade de adormecer. O Paulo, por exemplo, teve grande dificuldade em conduzir nos primeiros dias da viagem, porque era árduo manter-se acordado;
- Verifique com a empresa de rent-a-car se o carro tem um sistema de navegação em inglês. O que nós usámos era fantástico, do mais avançado que já usámos. Atenção: o Google Maps não permite navegação na Coreia do Sul;
- Os semáforos estão depois dos cruzamentos e não antes como nós estamos habituados;
- É relativamente fácil encontrar estacionamento por todo o país. Geralmente, é pago dentro das cidades;
- Poderá encontrar instruções úteis sobre como proceder em caso de acidente em: https://expatguidekorea.com/article/what-to-do-when-in-a-car-accident-in-korea-how-expats-can-navigate-the-situation-safely.html.
Auto-estradas
- Os nossos cartões de crédito, incluindo o Revolut, não funcionaram nas portagens. Convém, pois, ter dinheiro à mão;
- Geralmente, as saídas das auto-estradas estão pintadas com cores diferentes para ser mais fácil perceber qual a via a tomar;
- Tenha atenção para não passar nas portagens “high-pass” (o equivalente à nossa via verde e pintadas de azul) se o carro não tiver um dispositivo para tal;
- Se por algum motivo fizer asneira, passando pelo sítio errado ou se se esquecer de tirar um “ticket”, não é preciso stressar. Na próxima portagem, tente explicar a situação educadamente aos funcionários e estes, com a típica simpatia coreana, certamente irão resolver o problema;
- Costuma haver carros da polícia falsos, mas muito verosímeis!
Limites de velocidade
Há imensos radares de velocidade, seja instântanea, seja média, e os limites geralmente são bastante baixos.
Em áreas urbanas, o limite de velocidade é normalmente 60 km/h e, nas auto-estradas, 80 km/h. No entanto, algumas estradas podem ter limites de velocidade inferiores ou superiores, por isso é importante prestar atenção à sinalização rodoviária.
Perto das escolas, o limite é sempre 30Km/h.
Onde comer
Os pequenos restaurantes de comida coreana são baratos e fáceis de encontrar em todo o país. Às vezes, poderá ter dificuldade em fazer-se entender, mas há sempre pessoas prontas a ajudar.
Os mercados normalmente têm bancas de comida e são uma excelente opção para provar pratos típicos a preços acessíveis.
Dicas:
- Os coreanos almoçam e jantam muito cedo. Alguns restaurantes fecham às 20h e às 21h;
- Nalguns restaurantes, à entrada, é preciso registar o nome numa lista de espera ou física ou eletrónica. Nós nunca conseguimos fazê-lo sozinhos, devido à barreira linguística, mas apareceu sempre alguém para ajudar;
- Nos restaurantes, oferecem sempre água;
- É dificil encontrar café expresso. O habitual é ser ao estilo americano.
O que provar
A comida coreana é muito variada e marcada por sabores fortes, ora ácidos, ora doces, ora salgados, ora amargos, ora picantes, ora tudo isso ao mesmo tempo! Nós adorámos. Eis algumas das coisas que poderá provar:
Entradas
- Kimchi: couve fermentada;
- Pickles: conservas de vegetais;
Estas entradas normalmente são oferecidas nos restaurantes.
Pratos típicos e comida de rua
- Barbecue coreano: grelhados de carnes marinadas, confecionadas diretamente numa chapa, no meio da mesa de refeições. São acompanhados por molhos saborosos e folhas de alface ou sésamo, nas quais se envolvem os pedaços de carne e um pouco de molho, para serem enfiados na boca;
- Bibimbap: este prato significa “arroz misto” e apresenta uma variedade de acompanhamentos coloridos, como vegetais, carne e ovo, dispostos sobre uma tigela de arroz, sendo tudo bem misturado antes de comer;
- Tteokbokki: rolinhos de arroz com textura borrachuda, servidos com um molho de tomate picante;
- Bindaetteok: panquecas de feijão mungo;
- Dakgangjeong: frango frito crocante, coberto com um molho doce e picante;
- Eomuk: espetadas de tiras de peixe, fervidas num caldo salgado;
- Kalguksu: sopa de noodles;
- Milmyeon: sopa de noodles gelada traditional de Busan;
- Gimbap: rolinhos de arroz, legumes em conserva, peixe ou carne, envoltos em algas marinhas;
- Mandu: dumplings coreanos com recheios variados;
- Sundae: salsicha de sangue;
- Hweori Gamja: batatas-fritas em forma de espiral;
- Gamja: cachorro-quente ao estilo coreano, com salsicha e queijo no interior e envolvido em “panko”, isto é, uma espécie de pão ralado estaladiço;
- Gun-Bam: castanhas assadas;
- Gun-Goguma: batatas doces assadas;
- Beondegi: bichos-da-seda fervidos ou cozidos a vapor (a única coisa que não gostámos de provar, porque nos souberam a mofo);
Bebidas tradicionais
- Makgeolli: um vinho de arroz fermentado, com um teor alcoólico de 5 a 8%, aspeto leitoso e sabor levemente adocicado;
- Moju: uma bebida espessa e adocicada com teor alcoólico bastante baixo, baseada no makgeolli, mas fabricada com ervas e especiarias que, geralmente, incluem canela, gengibre, jujuba, ginseng e raiz de alcaçuz;
- Soju: uma bebida destilada límpida, feita de arroz fermentado ou, opcionalmente, trigo, cevada, batata doce ou tapioca. Tem um teor alcoólico alto, de 12 a 20%.
Doces
- Sibwonppang: uma espécie de panqueca, em forma de moeda de 10 Won, recheada de queijo – ao Paulo, sabia-lhe a folar transmontano!
- Hotteok: panquecas doces, recheadas com frutos secos;
- Kkwabaegi: donuts coreanos, longos e torcidos;
- Bungeo-Ppang: um doce em forma de peixe dourado rechado com uma pasta de feijão vermelho ou gelado;
- Dalgona: um doce de açúcar com desenhos que ficou famoso devido à série “Squid Game”;
- Jjinppang: pães cozidos a vapor, tradicionalmente recheados com pasta doce de feijão vermelho, mas que também podem ser recheados com chocolate, queijo, carne, etc.
- Patbingsu: uma sobremesa sul-coreana popular, cujo nome significa flocos de gelo com feijão vermelho. Consiste em gelo picado, leite condensado e pasta doce de feijão azuki.
Embaixada de Portugal na Coreia do Sul
- Morada: 2nd fl., 13, Changdeokgung 1 gil,Jongno-gu, Seoul, 03058;
- Telefone: (+82 2) 36752251;
- E-mail: seul@mne.pt;
- Website
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