Neste guia, encontrará o que ver, o que fazer e o que visitar nas Ilhas Faroé e muita informação para o ajudar a traçar o seu próprio roteiro de viagem, de acordo com os seus interesses pessoais e tempo disponível.
As Ilhas Faroé são um dos locais mais bonitos e tranquilos em que estivemos.
As ilhas em si parecem montanhas verdes, abruptas e rugosas a sair do mar e, em muitos casos, situam-se tão perto umas das outras que nos esquecemos que não são rios, mas o mar, que as separa. Apesar da quase ausência de árvores, as paisagens são incríveis, compostas por vastas áreas de beleza natural intocada, diversos tons de verde, montanhas, escarpas, vales, fiordes, mar, cascatas, lagos, pássaros, gansos, milhares de ovelhas à solta e pequenas povoações de casas coloridas com telhados de turfa.
Já há poucos lugares no mundo tão tranquilos e, por tudo isto, as Ilhas Faroé são um excelente destino para fazer caminhadas, para relaxar e nos desligarmos do mundo.
São também um destino perfeito para fazer uma “road trip”, porque é fácil circular entre as ilhas, a sensação de liberdade é fantástica e as pessoas são amigáveis (além de terem uma admirável dose de loucura).
Mapa das Ilhas Faroé
Clique no botão “play” para ver as 18 ilhas que compõe o arquipélago das Faroé. Assinaladas a azul estão as ilhas que planeámos visitar e a amarelo as que não incluímos no nosso roteiro.
O ícone do “carro” indica as ilhas que são acessíveis por estrada; o ícone da “âncora” as que são acessíveis por ferry e o ícone “X” as que só são acessíveis por helicóptero.
Roteiro para visitar as Ilhas Faroé
Nós viajámos nas Ilhas Faroé durante 10 dias, no início de junho, aproveitando os longos dias de verão nórdico. Alugámos um carro para aproveitarmos o tempo ao máximo e termos total liberdade.
Das 18 ilhas que compõem as lhas Faroé, planeámos visitar 8: Vágar, Mykines, Streymoy, Eysturoy, Bordoy, Kalsoy, Kunoy e Vidoy. São todas acessíveis por estrada, com exceção de Mykines e Kunoy, às quais se chega de ferry.
Antes da viagem, traçámos um roteiro para cada dia. Todavia, acabámos por não o seguir. Em primeiro lugar, porque decidimos não ir a Mykines, por razões que exporemos mais adiante. Em segundo lugar, porque o clima nas Ilhas Faroé é muito inconstante. Por diversas vezes, a chuva e o nevoeiro cerrado trocaram-nos as voltas, o que nos obrigou a ir ajustando o plano diariamente, levando-nos a optar por uns sítios em vez de outros e a regressar a alguns lugares mais tarde para os rever com sol.
No final, acabámos por visitar todos os locais que queríamos conhecer nas Ilhas Faroé, só que não pela ordem que tínhamos pensado.
Dicas para traçar um roteiro de viagem nas Ilhas Faroé
Assim, relativamente ao roteiro de viagem, as dicas mais importantes que lhe podemos dar são:
- Para percorrer a maior parte das ilhas, precisará de pelo menos uma semana, mas é melhor ter mais alguns dias livres, por causa da chuva;
- Trace previamente um roteiro de viagem, mas seja flexível e ajuste-o diariamente em função do tempo metereológico;
- Opte por ficar alojado umas noites em Tórshavn, para conhecer as ilhas Vágar, Mykines, Streymoy e Eysturoy, e outras noites em Klaksvik, para conhecer as ilhas do norte, nomeadamente Bordoy, Kalsoy, Kunoy e Vidoy. Desse modo, terá mais flexibilidade para adaptar o seu itinerário de viagem e evitará não só fazer grandes deslocações, mas também pagar os túneis submarinos demasiadas vezes;
- Vale a pena ir a todos os locais que mencionaremos a seguir, mas um dos grandes prazeres de viajar nas Faroé é simplesmente conduzir por paisagens naturais belíssimas e verdadeiramente únicas – mesmo que esteja a chover;
- Os sinais de trânsito com uma flor (buttercup) indicam rotas panorâmicas com vistas deslumbrantes. Vale muito a pena percorrê-las – se possível todas!
Ver mais dicas para visitar as Ilhas Faroé
Procurar alojamento em Tórshavn
Procurar alojamento em Klaksvik
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Vágar
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Vágar.
Sorvágur
Sorvagúr é a vila ao lado do aeroporto internacional de Vágar e é do seu porto que partem os barcos para Drangarnir e para a ilha de Mykines.
Bøur, Drangarnir e Tindholmur
Drangarnir, duas rochas, uma das quais em forma de arco, e Tindholmur, um ilhéu desabitado com cinco picos afiados, são as formações rochosas mais famosas das Ilhas Faroé e podem ser avistadas a partir da povoação costeira de Bøur.
Dica: a caminhada até ao miradouro mais próximo de Drangarnir é difícil, leva um dia inteiro e só pode ser feita na companhia de um guia, porque atravessa propriedades privadas. Alternativamente, pode-se chegar perto das rochas através de um passeio de barco privado. Na travessia para a ilha de Mykines, também são vistas de perto.
Cascata Múlafossur
Múlafossur, uma cascata que cai de uma falésia diretamente para o oceano Atlântico, é uma das principais atrações turísticas das Ilhas Faroé. Situa-se perto de Gásadalur, uma pequena aldeia que, até 2004, só era acessível a pé, seguindo um trilho através das montanhas desde Bøur. Hoje em dia, há um túnel que permite o acesso à mesma de carro.
A cascata fica entre esse túnel e a aldeia e está perfeitamente assinalada. Há um pequeno parque de estacionamente junto à estrada e depois basta fazer uma curta caminhada (300 metros, 2 minutos) até ao miradouro. A vista é incrível!
Dica: se prestar atenção, também é provável que aviste alguns “puffins” (papagaios-do-mar).
Lago Sørvágsvatn e Trælanípa
O Lago Sørvágsvatn (também chamado de Lago Leitisvatn) é o maior lago das Ilhas Faroé. No entanto, não é por causa disso que é famoso, mas porque nas fotos parece estar a flutuar sobre o oceano. Todavia, ao vivo, essa ilusão ótica perde-se e, ainda por cima, o percurso pedestre para o alcançar é pago (e bastante caro), pois atravessa propriedades privadas.
O trilho até Trælanípa, o penhasco de onde se vê o lago acima do mar, começa no parque de estacionamento de Miðvágur. Depois de pagar a taxa de caminhada numa bilheteira de madeira, segue-se um carreiro bem marcado, paralelo ao Lago Sørvágsvatn, em direção à costa. Quando o caminho bifurca, sobe-se até ao topo de Trælanípa – tenha cuidado para não chegar muito perto da borda, pois é muito íngreme! No final, é ainda possível conhecer Bøsdalafossur, uma cascata com 30 m de altura que flui diretamente para o mar.
Informações sobre o trilho:
- Tipo de percurso: linear;
- Início e fim: bilheteira Trælanípa/Bøsdalafossur, Miðvágur;
- Distância: 6,8 km (ida e volta);
- Duração aproximada: 2 horas (ida e volta);
- Grau de dificuldade: baixo;
- Taxa de caminhada: 200 DKK (26 euros) por pessoa, em 2022.
Bøur, a aldeia de onde se avistam Drangarnir e Tindholmur, duas das formações rochosas mais famosas das Ilhas Faroé
Trøllkonufingur
Trøllkonufingur, que significa dedo da bruxa ou dedo da mulher “troll”, é um monólito de 313 m de altura no lado sudeste da povoação de Sandavágur. Há um miradouro para o ver de perto, bastando percorrer uma estrada de terra batida e, no final, andar um pouco a pé.
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Mykines
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Mykines.
Trilho até ao farol de Mykineshólmur
Mykines, a mais ocidental das Ilhas Faroé, é uma ilha estreita, com 7 km de comprimento, onde moram apenas 15 pessoas ao longo do ano. É famosa por ter a maior colónia de “puffins” do arquipélago.
Quando visitar Mykines
A melhor altura para ver “puffins” é do início de maio ao final de agosto. O seu número atinge o pico em Julho, que é também o mês em que o mar costuma estar mais calmo.
Como chegar a Mykines
Chega-se a Mykines de ferry. Os barcos partem do cais de Sorvagúr, na ilha Vagar, e atracam no pequeno porto junto à aldeia de Mykines. A viagem demora 45 minutos e convém ser reservada com antecedência no website oficial (www.mykines.fo), porque os lugares são limitados e esgotam rapidamente. Todavia, a travessia só se realiza se estiver bom tempo (verifique previamente no referido website).
Taxa de caminhada em Mykines
A única maneira de conhecer a ilha é a pé. Para o fazer, tem de se pagar uma taxa de caminhada.
O que não perder em Mykines:
- Conhecer a aldeia de Mykines, a única povoação da ilha, e as suas casas com telhados de turfa;
- Fazer o percurso pedestre até ao farol situado na ilhota vizinha de Mykineshólmur, a ponta mais ocidental das Ilhas Faroé, onde se concentra o maior número de “puffins”.
Informações sobre o trilho até ao farol
- Tipo de percurso: linear;
- Distância: 5 km (ida e volta);
- Duração aproximada: 2-3 horas (ida e volta).
Nós decidimos não visitar Mykines porque, no verão de 2022, o trilho até ao farol estava fechado devido a desabamentos. Além disso, o preço para visitar a ilha era elevado (o ferry mais a taxa de caminhada custavam cerca de 70 euros por pessoa) e o tempo de permanência na ilha era de 6 horas, o que era demasiado, tendo em conta que não íamos fazer a caminhada.
Em 2023, o trilho até ao farol permanecerá encerrado.
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Streymoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Streymoy.
Tórshavn
Depois de vários dias a viajar por lugares remotos, foi um prazer explorar Tórshavn, a capital das Ilhas Faroé. A colorida cidade, uma das mais pequenas capitais do mundo, é linda e visita-se facilmente a pé numa manhã ou numa tarde.
O que não perder em Tórshavn:
- O centro histórico (Reyn), composto por encantadoras ruelas e pequenas casas de madeira do século XIV, pintadas de preto, com janelas de moldura branca e telhados de turfa;
- Tinganes: um afloramento rochoso dominado por edificios de cor vermelho-escuro e telhados de turfa que abrigam o governo autónomo das Ilhas Faroé. Diz-se que é um dos mais antigos, senão o mais antigo, local de reunião parlamentar do mundo;
- Skansin: a velha fortaleza do porto;
- A marina;
- A catedral;
- O miradouro de Kongaminnid, um obelisco erguido para comemorar a visita do rei dinamarquês Christian IX às Ilhas Faroe em 1874;
- Viðarlundin, o maravilhoso parque da cidade.
Tórshavn
Kirkjubøur
Kirkjubøur, localizada a apenas 15 minutos de carro de Tórshavn, é historicamente a povoação mais importante das Ilhas Faroé. Durante a Idade Média, foi o centro religioso e cultural do arquipélago, porque era aí que ficava a catedral e a residência do bispo.
Hoje em dia, a aldeia é constituída pelas ruínas dessa catedral, por uma igreja medieval, uma antiga quinta e casas tradicionais pintadas de preto, com janelas de moldura vermelha e telhados de turfa.
Gostámos muito de passear em Kirkjubøur, num final de tarde, enquanto observávamos as ilhas Hestur, Koltur e Sandoy, algumas famílias a conviver ao ar livre e crianças a brincar no mar.
O que visitar em Kirkjubour
- Catedral de S. Magnus: construída por volta do ano 1300, as suas ruínas são o monumento mais famoso das Ilhas Faroé;
- Igreja medieval de S. Olavo: pintada de branco e situada junto ao mar, foi edificada no século XII e é a mais antiga do arquipélago ainda em uso;
- A parte mais antiga da casa de madeira da quinta, onde o bispo residia, data do século XI e está aberta a visitas.
Dica: se gosta de caminhar, poderá fazer o trilho entre Tórshvan e Kirkjubour.
Saksun
Saksun, uma pequenina aldeia isolada composta por casas com telhados de turfa, uma bucólica igreja, uma cascata e uma lagoa junto ao mar, era o nosso destino. Contudo, a estrada para lá chegar, uma das várias estradas panorâmicas das Ilhas Faroé, não é menos espetacular, acompanhando um rio ao longo de um verdíssimo vale.
Para ver a lagoa, é preciso percorrer o Trilho da Lagoa de Saksun (Ut á Lónna). Contudo, só pode ser feito quando a maré está baixa e é pago.
Tjornuvík
Tjørnuvík é outra aldeia isolada à qual se chega através de uma belíssima estrada panorâmica.
Para nós, o que tornou o local tão especial foi a serenidade que sentimos na aldeia e especialmente na praia, enquanto observávamos algumas crianças a jogar à bola e ouvíamos o som do mar, tendo como pano de fundo as espetaculares formações basálticas Risin og Kellingin (em português: o gigante e a esposa).
Dicas:
- Se caminhar por 15 minutos em direção à encosta por trás da vila, será recompensado com um bela visão panorâmica da mesma;
- Se gosta de caminhadas, poderá fazer o trilho entre Tjornuvik e Saksun.
Cascata Fossá
É uma das cascatas mais altas das Ilhas Faroé. Na ilha Streymoy, é possível vê-la de perto, mas a melhor perspetiva é porventura da estrada que conduz a Eiði, na ilha vizinha de Eysturoy.
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Eysturoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Eysturoy.
Rotunda do Eysturoyartunnilin
O túnel submarino Eysturoyartunnilin liga a ilha de Streymoy à ilha de Eysturoy. No seu interior, há uma rotunda, a primeira do mundo debaixo de água. Se não tivéssemos visto fotos da mesma antes da viagem, talvez tivéssemos ficado surpreendidos. Assim, ficámos um pouco dececionados porque, ao vivo, as cores não são tão espetaculares como nas fotografias.
Risin & Kellingin
As formações rochosas Risin og Kellingin podem ser avistadas quer da aldeia de Tjørnuvík, na ilha Streymoy, quer a meio caminho entre a aldeia de Eiði e a passagem de montanha Eiðisskarð, na ilha Eysturoy.
Não conseguimos ver os rochedos à primeira, na ilha Eysturoy, devido ao mau tempo. Contudo, valeu a pena regressar noutro dia ao miradouro nas proximidades de Eiði, não só para os contemplar claramente, mas também para conversar com o casal de mochileiros a quem demos boleia, pois ficámos a conhecer outra forma de explorar o arquipélago, à boleia e com a tenda às costas.
Slaettaratindur
Slættaratindur, que significa cume plano, é a montanha mais alta das ilhas Faroé (880 metros).
Existem dois pontos de onde se pode começar a subir para chegar ao topo: o primeiro, de Gjógv, leva cerca de 4h; o segundo, de Eiðisskarð, leva aproximadamente 1h30 e é a rota mais fácil. Seja qual for o percurso que escolher, só vale a pena fazer a caminhada num dia sem nuvens, porque o melhor são mesmo as vistas lá de cima, já que se pode ver todo o arquipélago!
Nós optámos por fazer o percurso que parte de Eiðisskarð e conseguimos chegar ao topo, mesmo não estando em boa forma física. Lembre-se, porém, que o caminho é sempre a subir e a última parte exige alguma destreza para trepar por rochas íngremes. Eu, pessoalmente, só consegui com a ajuda e a paciência do Paulo, mas ainda bem que não desisti, porque valeu a pena!
Informações sobre o trilho:
- Tipo de percurso: linear;
- Início e fim: Eiðisskarð, uma passagem de montanha entre Eiði e Funningur;
- Distância: 5-6 km;
- Duração aproximada: 2h30;
- Grau de dificuldade: médio.
Vistas em Hvíthamar
Hvíthamar
Hvíthamar é um ponto priveligiado entre as aldeias de Funningur e Gjogv, de onde se têm vistas majestosas sobre o fiorde Funningsfjørður, a ilha Kalsoy e as montanhas ao redor, incluindo Slaettaratindur, a mais alta do arquipélago.
Para aí chegar, tem de se fazer uma curta caminhada. Pode-se estacionar o carro na passagem de montanha Gjáarskarð, ao lado de uma grade de gado. A estrada aqui é mais larga, logo as viaturas podem estacionar facilmente sem obstruir o trânsito. Junto ao parque de estacionamento existe uma placa informativa e uma escada que permite passar por cima da vedação. Depois, é só seguir os postes verdes que o guiarão até ao miradouro.
Nós só conseguimos ver tudo sem nuvens à terceira tentativa, mas valeu a pena!
Informações sobre o trilho:
- Início e fim: passagem de montanha Gjáarskarð;
- Tempo médio: 15-20 minutos até ao miradouro e mais 20 minutos se quiser subir até Skeggjanøv, o ponto mais alto;
- Grau de dificuldade: baixo;
- Taxa de caminhada: nenhuma.
Gjogv
Gjogv é a aldeia mais a norte da ilha Eusturoy. Situada num vale profundo, possui um desfiladeiro que tem sido usado como porto natural, de onde se avista a ilha Kalsoy.
Além da pousada Gjáargardur, não há mais de 100 casas na aldeia, todas coloridas e bem arranjadas.
Porque é temperamental, acabámos por visitar Gjogv duas vezes e em ambas ocasiões estava a choviscar. Para compensar, numa dessas vezes, tivemos o prazer de encontrar três crianças vestidas com fatos de surf a brincar com um barco de madeira dentro de um riacho, num parque infantil. É incrível como o ser humano ultrapassa as adversidades. Se dependessem do bom tempo, estas crianças raramente brincariam ao ar livre. Pelo contrário, como se divertiam à chuva dentro de água!
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Bordoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Bordoy.
Klaksvik
Com uma forte cultura pesqueira, Klaksvik – a segunda maior cidade das Ilhas Faroé – é a base ideal para explorar as Ilhas do Norte, nomeadamente: Borðoy, Kalsoy, Kunoy e Viðoy. Dispõe de todos os serviços essenciais, como hospital, farmácia, supermercados, cafés, restaurantes, estações de serviço, correios, etc.
Miradouro de Klakkur
Situado nas redondezas de Klaksvík, o miradouro de Klakkur – de onde se avistam as ilhas Kunoy e Kalsoy – está entre os mais bonitos das Ilhas Faroé e é especialmente popular entre os fotógrafos de paisagem. Para aí chegar, é preciso atravessar uma estrada de terra batida, no final da qual há um parque de estacionamento, de onde se obtêm vistas fantásticas sobre Klaksvík. Mais à frente, existe um pequeno lago, perto do qual há um portão de madeira. Passa-se por esse portão e depois por um segundo portão até se chegar a umas escadas de madeira. A partir daí, é sempre a subir por uma encosta íngreme até ao topo da montanha.
Vistas do miradouro de Klakkur
Informações sobre o percurso pedestre:
- Tipo de percurso: linear;
- Início e fim: parque de estacionamento no final da estrada Niðan Horn;
- Distância: 6,2 km (ida e volta);
- Duração aproximada: 2 horas;
- Elevação: 277 metros;
- Grau de dificuldade: baixo-moderado;
- Taxa de caminhada: nenhuma.
Quando chegámos ao cume, o tempo estava muito nublado e não se via quase nada. Depois limpou um pouco e mais um pouco, até termos uma vista deslumbrante: as ilhas Kalsoy e Kulnoy, a aparecer e desaparecer entre o nevoeiro, iluminadas por raios de sol.
Mulaleid
A estrada panorâmica entre Norddepil e a vila abandonada de Múli segue paralela à ilha Vidoy e é uma das mais bonitas das Ilhas Faroé.
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Kalsoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Kalsoy.
Situada no norte do arquipélago, Kalsoy é uma ilha comprida e estreita com uma beleza selvagem, picos altos, penhascos dramáticos e pequenas aldeias aconchegantes. No total, tem 18 km de extensão, uma estrada, 4 povoações (Syðradalur, Húsar, Mikladalur e Trøllanes) e 76 habitantes.
Como chegar a Kalsoy
O acesso é feito através do ferry Sam. O barco parte do terminal de Klaksvik, na ilha Bordoy, e atraca em Syðradalur, na ilha Kalsoy. A viagem demora 20 minutos. Como há poucas ligações e o ferry só tem capacidade para 12 veículos, no verão convém chegar ao cais de Klaksvik pelo menos uma hora antes da partida, para arranjar lugar.
Ferry Klaksvik – Syðradalur
- Horários: www.ssl.fo/en/timetable/ferry/56-klaksvik-sydradalur/;
- Preço: carro e condutor: 160 DKK; adultos: 40 DKK;
- Pagamento: em numerário ou cartão (paga-se a viagem de ida e volta ao entrar para o ferry);
- Reservas: não são possíveis.
Trilho até ao farol de Kallur
A maioria das pessoas que visita a ilha de Kalsoy fá-lo por causa do farol de Kallur, uma pequena estrutura vermelha e branca de 1927, situada numa orla com precipícios mortais, onde se reproduzem inúmeras aves marinhas, em especial “puffins”, almas-de-mestre e mergulhões pretos. A paisagem envolvente é uma das mais espetaculares das Ilhas Faroé: um cenário verdejante, rochoso e marítimo, de onde se avistam quer as ilhas Eysturoy e Streymoy quer as famosas formações rochosas, Risin & Kellingin.
Por ser tão épico e indomado, o farol de Kallur foi escolhido como o local onde James Bond encontrou o seu fim, no filme “No Time to Die”, de 2021. O percurso pedestre até ao mesmo começa na vila de Trøllanes, situada a 6 km (20 minutos) de carro do cais de Syðradalur. Atravessa um campo frequentemente enlameado e bastante irregular, sobe uma encosta verdejante e depois cruza o flanco leste do Monte Borgarin (537 metros), no meio de inúmeras ovelhas e aves, como é habitual nas Faroé.
Informações sobre o trilho:
- Tipo de percurso: linear;
- Início e fim: parque de estacionamento de Trøllanes;
- Distância: 5 km (ida e volta);
- Duração aproximada: 2 horas (ida e volta);
- Elevação: 327 metros;
- Grau de dificuldade: baixo-moderado (a caminhada não apresenta grandes dificuldades. No entanto, as condições meterológicas podem ser desafiantes – os ventos fortes e o nevoeiro podem até tornar o percurso inacessível);
- Taxa de caminhada: nenhuma.
Ao chegar ao farol, pode-se continuar ao longo de uma estreita faixa de terra até ao icónico miradouro do farol ou seguir pelas falésias até à lápide de James Bond.
Dicas:
- Se não levar carro para a ilha de Kalsoy, poderá apanhar um autocarro público entre Syðradalur e Trollanes. Horário: www.ssl.fo/en/timetable/bus/506-troellanes-sydradalur;
- Em Trollanes, junto ao início da caminhada, existe um parque de estacionamento, um painel com informações sobre a ilha e uma casa de banho pública;
- Como em todas as caminhadas nas Ilhas Faroé, é fundamental que se prepare para qualquer condição climatérica. O nevoeiro e os ventos fortes são particularmente perigosos nos precipícios junto ao farol. Leve o equipamento certo e não corra riscos desnecessários. Tenha também cuidado com o piso enlameado, já que é bastante escorregadio;
- Antes de começar a caminhada, verifique o horário do ferry em que deseja regressar. Dessa forma, saberá a que horas terá de voltar do farol e garantirá que chega ao terminal com bastante antecedência (pelo menos 20 minutos antes);
- Por fim, conte com um total de 6-8 horas para a viagem à ilha de Kalsoy, incluindo os tempos de espera pelo ferry, as viagens de barco e de carro, pausas para tirar fotos, descansar, almoçar e ainda algum tempo para explorar o resto da ilha.
Kópakonan
No regresso de carro de Trøllanes para o ferry, parámos em Mikladalur, a maior povoação da ilha de Kalsoy, para ver a estátua de Kópakonan, a Mulher Foca, e conhecer uma das lendas folclóricas mais conhecidas das ilhas Faroé.
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Kunoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Kunoy.
Floresta de Kunoy
Igualmente longa e estreita, a ilha Kunoy (em português: ilha mulher) só tem duas povoações – Haraldssund e Kulnoy – devido às suas íngremes montanhas rochosas.
De Haraldssund, há um túnel estreito com apenas uma faixa que conduz a Kulnoy. Daí avista-se a ilha Kalsoy e chega-se à que dizem ser a única floresta do arquipélago, apesar de, mais tarde, termos encontrado outras.
Informações sobre o trilho na floresta de Kulnoy: visitfaroeislands.com/en/whatson/places/place/kunoy-village-and-vidarlundin
Ilhas Faroé: o que visitar na ilha Vidoy
Clique no botão “play” para ver o que não perder em Vidoy.
Trilho entre Vidareidi e Villingadalsfjall
Vidareidei é a povoação mais a norte das Ilhas Faroé e proporciona vistas incríveis. O nosso objetivo era fazer uma parte do percurso pedestre até ao cume da montanha Villingadalsfjall (841 m), a terceira mais alta do arquipélago, de onde se tem a melhor perspetiva panorâmica da aldeia e das ilhas vizinhas, mas das duas vezes que tentámos fazê-lo, o tempo estava muito nublado e havia pouca visibilidade. Por isso, acabámos por desistir.
Informações sobre o trilho:
- Tipo de percurso: linear;
- Início e fim: Vidareidi;
- Distância: 4,5 km (ida e volta);
- Duração aproximada: 4 horas;
- Grau de dificuldade: alto (a caminhada é bastante íngreme);
- Elevação mínima: 81 metros;
- Elevação máxima: 841 metros;
- Taxa de caminhada: 200 DKK por pessoa (somente numerário).
Em cima, à esquerda: Klaksvik; à direita: estátua em Sandavágur. Em baixo: ovelhas, uma presença constante nas Faroé
Mais sobre as Ilhas Faroé
Dicas para planear uma viagem às Ilhas Faroé
Se gostou deste artigo, pode deixar um comentário em baixo e seguir-nos através do Instagram e do Facebook. A si não custa nada e a nós motivar-nos-á a partilhar mais dicas e experiências de viagem. Boas viagens à solta!
Olá Sofia!
O vosso blog e a vossa partilha são deveras inspiradores!
As Ilhas Faroe representam uma viag3m de sonho que agora, com o vosso artigo, será certamente mais fácil de planear!
Obrigada!