São Jorge é a ilha das fajãs, pequenas áreas planas formadas junto ao mar, no fundo de falésias imponentes. Umas resultaram de fluxos de lava que se estenderam pelo mar (como é o caso da Fajã do Ouvidor), outras do desabamento de terras encosta abaixo devido a sismos (como a Fajã dos Cubres e a Fajã de Santo Cristo). Hoje em dia, é possível visitar quase todas de carro. A mais impressionante, porém, só é acessível a pé.
O que visitar na ilha de São Jorge
1. Fajã do Ouvidor
Apesar de ser uma das maiores da ilha e facilmente acessível de automóvel, esta fajã mantém-se bastante rural e sossegada. Embora o tempo não tenha permitido, apetecia um banho de mar na sua piscina natural formada nas rochas vulcânicas. Ainda assim, foi bom molhar os pés e caminhar ao longo do porto, contemplando o oceano de um lado e a grandiosidade verde das arribas do outro.
2. Fajã dos Cubres
Foram as pequenas flores amarelas que abundam nesta fajã, de nome “cubres”, que lhe deram o nome. Para melhor apreciar a fajã e a sua lagoa, recomenda-se que se faça, se não todo, o início do trilho pedestre que conduz à Fajã da Caldeira do Santo Cristo.
3. Fajã da Caldeira do Santo Cristo
Acessível apenas a pé, é para mim a mais bonita da ilha, graças ao envolvimento paisagístico e ao cuidado e bom gosto com que as casas foram restauradas. Atualmente é uma reserva natural protegida e, tal como a Fajã dos Cubres, tem uma lagoa, com a diferença de que na de Santo Cristo existe uma espécie de amêijoa única nos Açores e, ao que parece, as suas águas são mornas. Infelizmente, em 2013, o Governo Regional decretou, a título preventivo, a proibição de banhos e a apanha dos bivalves na lagoa devido à existência de microalgas, o que não o deverá demover de visitar o local. Atualmente só tem 10 moradores permanentes, por isso poderá ser o paraíso que procura para fugir do resto do mundo.
Como explicaremos mais à frente, há dois trilhos para lá chegar: o mais curto, a partir da Fajã dos Cubres; o mais longo, a partir da Serra do Topo.



4. Pico da Esperança
É o ponto mais alto da ilha e alegadamente propicia uma vista fabulosa sobre as “costas do dragão”, isto é, sobre o alinhamento de cones vulcânicos que constituem a cordilheira central de São Jorge. Infelizmente, o dragão é temperamental e esconde-se frequentemente por entre as nuvens, pelo que só pudemos apreciá-lo ao longe, a partir da ilha do Pico.
5. Igreja de Sta. Bárbara
Fazia parte do nosso itinerário mas, quando chegámos a Manadas, já tinha passado a hora da visita. Tivemos, pois, que nos contentar com uma bonita fachada preta e branca do séc. XVIII, sabendo que o seu interior guardava uma sumptuosidade barroca de talha dourada, azulejos, retábulos e pinturas que a tornam numa das igrejas mais fascinantes dos Açores.
6. Ponta dos Rosais
É a ponta oeste da ilha, na qual existe um farol abandonado, ilhéus e altas arribas, à qual se chega atravessando uma zona rural, com estradas fotogénicas a perder de vista.


A caminhada a fazer na ilha
Fajã dos Cubres – Fajã da Caldeira do Santo Cristo
- Forma: linear
- Dificuldade: média
- Extensão: 4 km (só ida)
- Tempo médio: 1 hora (só ida)
É a caminhada que referimos anteriormente e a forma mais fácil de aceder à recôndita Fajã do Santo Cristo. Há acesso de carro até ao inicio do trilho, na Fajã dos Cubres, onde poderá estacionar facilmente.
A caminhada a fazer se houver tempo
Serra do Topo – Fajã da Caldeira do Santo Cristo – Fajã dos Cubres
- Forma: linear
- Dificuldade: média
- Extensão: 9 km (só ida)
- Tempo médio: 2h 30m (só ida)
- Mais informação: http://trilhos.visitazores.com
O trilho está assinalado na estrada que conduz à Serra do Topo, junto ao Parque Eólico, que é onde tem início, fazendo-se montanha abaixo, através de pastagens, paisagens naturais únicas de montanha e de mar, lentamente em direção à Fajã da Caldeira do Santo Cristo. A 15 minutos desta, poderá refrescar-se e matar a sede numa cascata gelada de águas límpidas e, um pouco mais à frente, contemplar uma das melhores vistas sobre a fajã.
Uma vez que o trilho é linear, é importante assegurar transporte no final do percurso, na Fajã dos Cubres, a não ser que esteja cheio de força e consiga fazer o caminho de regresso até à Serra do Topo. Nós optámos por descer apenas até ao ponto em que se avista a Fajã da Caldeira do Santo Cristo e voltar para trás, montanha acima, força nas pernas, determinação, “vamos fazer uma pausa?”, já falta pouco, finalmente chegamos ao carro!
Onde comemos
- O Calhetense, na Calheta (muito perto da Pousada de Juventude). Especialidades: hambúrgueres caseiros e excelentes pratos do dia, a preços muito económicos;
- O Amílcar, na Fajã do Ouvidor. Especialidades: peixe fresco grelhado e amêijoas da Fajã do Santo Cristo.
A provar
- Queijo da Ilha de São Jorge;
- Amêijoas da Fajã do Santo Cristo. Provámo-las no “Amílcar” e gostámos, apesar de não as termos achado tão especiais como pensávamos, provavelmente porque as nossas expetativas eram demasiado elevadas.

E os coelhos referidos no título? Os coelhos andavam, pequeninos e ágeis, à solta em toda a ilha, desaparecendo mal dizíamos: olha mais um!
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